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Força da mulher é homenageada na abertura dos Jogos
Sexta-feira, 15 Setembro de 2000, 13h49

Sydney - O tom politicamente correto do desfile de abertura dos Jogos de Sydney terminou com uma ode às mulheres, que este ano representam 42 por cento do total de atletas.

O sinal de que a presença feminina está se tornando forte também no esporte foi marcada pela escolha de atletas australianas para conduzir a tocha até a pira olímpica, por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O trajeto começou com as veteranas Betty Cuthbat e Raelene Boyle. A primeira conquistou quatro medalhas de ouro em três Olimpíadas, 1956, 1960 e 1964. A segunda é detentora de três medalhas de prata nos Jogos de 1968, 1972 e 1976.

Em seguida, a tocha foi repassada para Dawn Fraser, ganhadora de quatro medalhas de ouro e quatro de prata nos Jogos de 1956, 1960 e 1964. Com a impressionante marca de nove medalhas, três de ouro, três de prata e três de bronze obtidas em 1948, 1952 e 1956, Shirley Shukland de la Hunty correu mais um pouco e, visivelmente emocionada, passou a tocha para Shane Gould - três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze que saíram de apenas uma campanha olímpica, em 1972. Debbie Flintoff-King, uma medalha de ouro em dois Jogos, prosseguiu eufórica para deixar a tocha nos braços da velocista Cathy Freeman, duas vezes campeã mundial nos 400 metros e medalha de prata em Atlanta, em 1996.

Freeman foi escolhida não tanto por seu desempenho em Jogos passados, mas pelo fato de representar uma comunidade australiana legítima e totalmente marginalizada: a aborígene. Uma heroína para os australianos, Freeman tornou-se uma celebridade na sexta-feira. Com 27 anos, ela é favorita para medalha de ouro em Sydney e deverá estar no centro das atenções destas Olimpíadas, sobretudo porque é uma aborígene preparada para falar sobre como o seu povo tem sido tratado e do ressentimento pelos massacres que ocorreram durante a ocupação européia na Austrália, em 1788.

Em sua biografia, "A Journey Just Begun" (a viagem apenas começou), Freeman revelou que foi molestada quando criança e das mortes em sua família - uma irmã, com problemas cerebrais, e o pai, alcoólatra. Mas a atleta está longe de ser uma figura melancólica. Sua história de braveza e força serve de inspiração para toda a população da Austrália.

L! Sportpress

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