São Paulo - Os incidentes envolvendo o técnico Levir Culpi e dirigentes do São Paulo vão dificultar a renovação do contrato do treinador com o clube, que termina no fim do ano. Uma pessoa ligada à diretoria confirmou, nesta sexta-feira, que dificilmente Levir permanecerá no Morumbi em 2001.
Somente um grande resultado neste semestre, como a conquista da Copa João Havelange, pode garanti-lo no cargo. As declarações ousadas do técnico são-paulino, que criticou o CT da Barra Funda e o Departamento Jurídico do clube e chamou o ex-presidente José Augusto Basto Neto de "burro", irritaram pessoas da própria diretoria e causaram revolta entre conselheiros da oposição.
"Não quero falar abosultamente nada sobre as declarações da oposição", disse Levir. "Tudo o que a gente fala, as pessoas aproveitam para levar para o lado político", prosseguiu. "Gosto de política clara, coisa que não está acontecendo aqui."
O presidente, Paulo Amaral, e o diretor de Futebol, José Dias, garantem que não existe nenhuma posição do clube referente à dispensa de Levir no fim do ano.
No entanto, para amigos, dizem o contrário. A idéia da diretoria tricolor é contratar um treinador mais "barato". Levir recebe R$ 160 mil mensais, um dos mairoes salários do futebol brasileiro. O fator que está segurando Levir no cargo são os bons resultados e o trabalho dentro de campo. Mesmo se desfazendo de vários jogadores, o time mantém boas chances de classificação na Copa Mercosul e faz boa campanha na João Havelange.
A pressão da oposição é grande para que a diretoria o demita, mas isso não deverá acontecer. O mais provável mesmo é que o Tricolor apenas não renove o contrato do técnico. Levir garantiu que até hoje vem recebendo todo o apoio de Paulo Amaral e ressaltou que ainda não iniciou discussões sobre a renovação de seu contrato.
"Depende da diretoria e de mim, também, mas ainda não conversamos sobre o assunto."