São Paulo - Os bons resultados do São Paulo nas últimas partidas, como o empate com a Ponte Preta por 3 a 3, na quarta-feira, não foram suficientes para acalmar os ânimos de dirigentes e conselheiros do clube. Membros da oposição estão pressionando o presidente Paulo Amaral para que demita o técnico Levir Culpi e começam a articular um modo de tirar o treinador do cargo.
"Esse assunto vai surgir na próxima reunião do Conselho Deliberativo", disse Carlos Augusto de Barros e Silva, conselheiro do clube. Barros e Silva foi um dos que ficaram indignados com a atitude de Levir, que chamou o ex-presidente José Augusto Bastos Neto de "burro".
Segundo ele, o treinador deveria ter sido demitido após episódio. "Se eu fosse o presidente, ele já estaria demitido", garantiu. As declarações de Levir nesses nove meses em que está no São Paulo fizeram com que ele sofresse grande resistência dentro do clube.
Logo que começou o trabalho, no início de janeiro, Levir criticou a estrutura do CT da Barra Funda. Depois, acusou conselheiros da oposição de tentarem agredi-lo e desagradou a membros do Departamento Jurídico do clube. Em carta escrita por Levir Culpi e entregue ao advogado José Carlos de Mello Dias, em 25 de março, o técnico fez algumas afirmações consideradas ofensivas pelos dirigentes.
Dias antes, Levir havia reclamado do Departamento Jurídico, que não conseguiu absolver o volante Vágner, punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol. O advogado Mello Dias não gostou das críticas do técnico e enviou uma carta repudiando sua atitude. O treinador respondeu e não economizou palavras.
"Acabo de ler e receber sua mensagem através do supervisor do São Paulo, Prof. José de Souza Teixeira, e não fiquei magoado", começou Levir. Depois, alegou que não havia falado tudo o que havia saído na imprensa e prosseguiu, na carta: "No mínimo é estranha a punição ao atleta Vágner pelo TJD; ou estão usando dois pesos e duas medidas, prejudicando o São Paulo, ou os advogados são incompetentes. Estas sim são minhas palavras. Após a leitura de sua mensagem estou mais inclinado para a segunda hipótese."
A afirmação, deixando implícito que o Departamento Jurídico seria incompetente, fez com que Levir fizesse inimigos na própria diretoria. Assim, Paulo Amaral terá de suportar enorme pressão para manter o técnico no cargo.