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Pela primeira vez, handebol viaja com tudo pago
Sexta-feira, 15 Setembro de 2000, 19h37

Sydney - Pela primeira vez, desde que joga ou ouviu falar, a seleção brasileira feminina de handebol teve uniforme, hotel e passagens aéreas pagas, comissão técnica bem estruturada e a oportunidade de fazer amistosos e treinar adequadamente para um torneio internacional. Desta vez, para a estréia olímpica da modalidade na história da participação brasileira nos Jogos. Chana Franciela Masson, de Capinzal, Santa Catarina, uma goleira de 21 anos e 1,84 m, a única brasileira que joga na Europa - no clube espanhol Ferrobus Mislata, de Valência - já chegou a pagar para viajar com a seleção em fases de preparação para competições importantes. Exatamente por isso a goleira Chana, de 21 anos, acha que o handebol, ironicamente um dos esportes mais praticados nas escolas do Brasil por meninos e meninas, não consegue encontrar espaço internacional. "Falta apoio", resume.

Além de fazer parte do grupo de desbravadoras, Chana acha que essa seleção poderá contribuir muito para o desenvolvimento do esporte que, na sua avaliação, já evoluiu nos últimos quatro anos, a ponto de conseguir a medalha nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no ano passado, e a vaga olímpica. Depois do Pan, no Mundial da Noruega, em 1999, entre 22 países, o hanbedol brasileiro ficou com a 9.ª colocação. "Foi demais estarmos entre os dez melhores do mundo", afirma Chana, que começou a jogar na escola, aos 10 anos. Jogava na linha, mas como era ruim foi para o gol. Como é alta tornou-se uma goleira eficiente.

No Mundial da Noruega Chana ganhou projeção, foi a melhor jogadora em duas partidas, e despertou a atenção dos clubes europeus. Lá veio o convite para jogar na Espanha, em um time que foi o segundo colocado na Liga Espanhola e chegou às finais do Europeu - tem contrato de cinco anos. "No Brasil, sem apoio e estrutura, as meninas param de jogar quando têm 23, 24 anos, casam ou seguem outros caminhos, enquanto na Europa elas só fazem isso aos 30 anos", comentou Chana, que tem contrato de cinco anos com o time de Valência. Uma jogadora de um time de ponta pode ganhar, em média, US$ 8 mil, um salário que as jogadoras do Brasil nem sonham receber.

Em Sydney, o handebol tem um jogo absolutamente decisivo para a classificação na madrugada deste domingo (às 5h30, horário de Brasília), contra o time da casa, a seleção da Austrália. Os jogos seguintes vão ser ainda mais difíceis, contra a Austria (quinta-feira), medalha de prata olímpica, a Noruega (dia 23), campeã mundial, e a Dinamarca (dia 25), atual campeã olímpica. "A estréia será o jogo da nossa vida porque com essa vitória ao menos passamos à próxima fase", acentua Chana, observando que no ano passado o Brasil venceu duas vezes as australianas.

As meninas não vão perder o que tem de melhor, que "é amar jogar", até porque "nunca jogaram pensando no que ganharão depois". Se não pensam em dinheiro, o que podem conseguir nesses Jogos, além de mostrar seu jogo para o mundo, é contribuir para o desenvolvimento do esporte no Brasil. Estar na Olimpíada foi como um sonho para a garota que é muito corajosa, condição inerente para uma goleira - "já fiquei desacordada por causa de uma bolada", comenta. Disse que demorou a acreditar que estava em Sydney, nos Jogos Olímpicos, conversando com ídolos como Giovane, Tande e Maurício, do vôlei.

Agência Estado

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