Sydney - Os Jogos Olímpicos mal começaram e uma parte da delegação de 204 atletas trazidos pelo Brasil já dá adeus à festa e volta para casa. A partir desta segunda-feira, começam a embarcar representantes de modalidades como triatlo, levantamento de peso, boxe e judô, que já tiveram suas competições encerradas ou que tiveram representantes eliminados das disputas.
Nas 13 casas reservadas ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na Vila Olímpica, quem encerrou participação deixa o lugar para a comissão técnica e atletas do futebol feminino, ginástica rítmica desportiva, que estão chegando agora a Sydney, e para o velocista Sanderlei Parrela, que ainda tem esperanças de participar da Olimpíada não como torcedor, mas competindo.
Nas bagagens de quem vai embora não há medalhas, mas isso nem sempre significa frustração. Há histórias de tristezas e de alegrias no embarque. As triatletas Mariana Ohata e Carla Moreno voltam para casa machucadas. Carla tem uma contusão muscular na perna e Mariana, além de dores no ombro e no pescoço, ainda vive a frustração da queda - na etapa de ciclismo do triatlo - que a tirou dos Jogos. "Ela tinha certeza que poderia fazer um bom papel em Sydney, por isso está muito triste pela forma como tudo aconteceu em sua primeira Olimpíada", lamenta o pai de Mariana, o empresário Milton Ohata.
Outra frustração viveu o judoca meio-leve (66 quilos) Henrique Guimarães, que esperava ao menos repetir o bronze conquistado em Atlanta 96. Henrique perdeu duas lutas, na fase principal e na repescagem, e nem sentiu o gosto de sonhar com sua segunda olímpica. O resultado foi tão desanimador que o chefe da delegação do judô, Joaquim Mamede Júnior, nem arrisca mais palpites quanto às possibilidades dos demais representantes da delegação de 12 atletas. "O Henrique perdeu não porque estivesse fora de forma, mas pelo fato de o nível técnico dessa Olimpíada estar muito alto", disse Mamede.
Junto com Henrique viajam a peso ligeiro (48 quilos) Mariana Martins e o também ligeiro (60 quilos) Denilson Lourenço. No boxe, já estão de malas prontas o peso mosca-ligeiro (48 quilos) José de Albuquerque, o Dedé, e o leve (60 quilos) Agnaldo Nunes, eliminados ao perderem suas lutas.
As alegrias ficam por conta de Sandra Soldan, 11ª colocada no triatlo, melhor resultado internacional de sua carreira, e da levantadora de peso Maria Elizabete Jorge. "Vou aproveitar que meus pais estão aqui e passar mais dois dias na Austrália", contou Sandra, satisfeita. Estar entre as 10 melhores atletas do mundo em sua categoria é um orgulho que Elizabete leva para Viçosa, em Minas Gerais. Aos 43 anos e competindo em sua primeira Olimpíada, ela chegou com o objetivo de ficar entre as 15 primeiras colocadas, e cumpriu.