Sydney - Os cavaleiros brasileiros divergem nas opiniões sobre o favoritismo da equipe de saltos nos Jogos de Sydney. Enquanto Luiz Felipe Azevedo e André Johannpeter acreditam na possibilidade de conquista de uma medalha de ouro, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, e Rodrigo Pessoa são mais cautelosos e preferem apontar Alemanha e Suíça como mais cotadas à vitória.
"Só perdeu o ouro quem não veio aos Jogos", disse Felipinho. "Ninguém tem quatro braços ou quatro pernas para dizermos que é superior - Viemos para ganhar." Para o cavaleiro, a equipe que foi medalha de bronze na Olimpíada de Atlanta tem vários motivos para acreditar em uma vitória em Sydney. Segundo o ginete, os integrantes o grupo estão mais experientes e os conjuntos mais entrosados do que há quatro anos. "No meu caso, por exemplo, tive muito mais tempo para treinar com o Ralph do que com a Cassiana em 1996", lembra.
André também é otimista. "Acho que existem sete equipes com condições de conquistar o ouro", diz. Para o cavaleiro, Brasil, Suíça, Alemanha, França, Inglaterra, Holanda e Estados Unidos têm equipes fortes e chances iguais de sair de Sydney com uma vitória.
Doda diz acreditar ser possível uma medalha de ouro brasileira na competição por equipes, mas ressalta que existem adversários em vantagem. "Para mim, o Brasil pode até sair com o ouro, mas, pelo menos teoricamente, a Alemanha e a Suíça estão um ponto acima", diz o cavaleiro. Rodrigo Pessoa - assim como o pai, Nelson Pessoa Filho, que é técnico da equipe brasileira - sempre afirmou que o Brasil tem todas as chances de repetir o bronze de 1996, mas que o ouro será tarefa difícil e as fichas serão apostadas na competição individual.
Se Doda, Felipinho e André não entram em um acordo no que diz respeito ao favoritismo da equipe, em outros dois assuntos as opiniões coincidem. O primeiro ponto: para todos, Rodrigo é realmente favorito ao ouro na competição individual. "Pelos resultados que ele vem obtendo, conquistando três Copas do Mundo, ele já provou que tem capacidade de lidar com a pressão e todas as condições de conseguir o ouro", diz Felipinho.
Os cavaleiros também entram em consenso quando ao falar da questão da quarentena. O rigoroso regulamento, que obrigou os cavalos a ficarem confinados durante quase dois meses - primeiro na Europa, depois em Sydney - deve favorecer os brasileiros. "Tem cavalo que ´agradece´ o tempo de descanso e costuma se sair melhor", diz André.
Felipinho ressalta que a maioria dos cavalos das equipes européias não está acostumada a ficar sem competir por muito tempo. Doda diz que Aspen, seu cavalo, melhora a performance quando está bem descansado. "Tanto é que pretendo poupá-lo ao máximo até a estréia nos Jogos".