Brisbane - O Japão vai enfrentar o Brasil desfalcado de seu principal jogador: o meia Hidetoshi Nakata, punido com suspensão por ter recebido dois cartões amarelos. Atleta da Roma e muito conhecido dos brasileiros, Nakata é o grande ídolo do futebol japonês e a maior esperança de gols da equipe. Seu substituto deve ser o novato Sakai, um ex-ciclista que virou jogador de futebol no dia em que sua bicicleta quebrou num campo de várzea.
Enquanto esperava pelo conserto, ele aceitou o convite para jogar uma "pelada". Saiu-se tão bem e partir dali despertou o interesse pelo futebol. Um ano depois, já atuava pela Liga Profissional Japonesa. O técnico da seleção é o francês Philippe Troussier, que dirigiu a África do Sul na Copa do Mundo de 1998. A maior parte da equipe é formada por jogadores que atuam no país.
Os dirigentes de futebol do Japão estão apostando numa boa campanha da seleção na Olimpíada para impulsionar a campanha da Copa do Mundo de 2002, que será dividida com a Coréia do Sul.
Outra ausência para o jogo com o Brasil é o zagueiro Morioka, também advertido com o segundo cartão amarelo. Ele vai dar a vez para Matsuda.
Troussier quer explorar os contra-ataques e escalou o Japão com três zagueiros. Ele espera uma pressão inicial do time de Wanderley Luxemburgo, por causa da necessidade de vitória do adversário.
A orientação para o goleiro Narazaki é a de repor com rapidez a bola em jogo, para tentar surpreender a defesa do Brasil. A maior virtude da equipe é a velocidade e a capacidade de marcação, pelo menos foi isso o que se viu nas duas partidas do Japão na Olimpíada. Uma derrota pode afastá-lo da competição, desde que a África do Sul vença a Eslováquia.
Dezenas de vôos do Japão devem chegar nesta terça-feira a Brisbane, com torcedores de várias partes do país que decidiram viajar somente para assistir à partida com o Brasil. Os ingressos para o jogo estão esgotados há mais de 20 dias. O The Gabba será invadido pelos japoneses.