Sydney - A seleção brasileira masculina de vôlei encara a Holanda, às 3h30 desta quinta-feira (horário de Brasília), tentando acreditar que esgotou sua "cota de erros" no torneio olímpico.
Os defeitos apresentados na vitória não tão tranqüila diante do Egito serviram de alerta para a seleção para as próximas rodadas. Líder do Grupo A, com duas vitórias por 3 a 0, a partir de agora, quando passa a enfrentar equipes bem mais difíceis, o Brasil não pode mais permitir-se o luxo de mostrar tanta irregularidade.
O próximo adversário, por exemplo, é a atual campeã olímpica, que na estréia dos Jogos da Austrália, no domingo, derrotou Cuba por 3 a 0.
No jogo contra os egípcios, os jogadores do time orientado pelo técnico Radamés Lattari Filho cometeram 25 erros, a pontuação de um set. A seleção africana, sem nenhuma tradição no cenário internacional, deu apenas 16 pontos por meio de erros ao Brasil. As parciais da partida foram 30/28, 25/18 e 25/21.
"O time esteve muito ansioso e a falta de tranqüilidade ficou evidente em toda a partida", admitiu o atacante Giovane, campeão olímpico em Barcelona, em 1992, que retornou ao vôlei de quadra há cinco meses, depois de três anos na praia. "Precisamos jogar com mais calma a partir de agora, porque o nível dos adversários vai melhorar bastante."
Depois da Holanda, o Brasil enfrenta na seqüência Espanha e Cuba, todos times com boa experiência internacional. O objetivo é brigar pelo primeiro lugar na chave para fugir do confronto com adversários mais fortes do outro grupo -que tem Itália, Iugoslávia, Estados Unidos, Rússia, Argentina e Coréia do Sul- nas quartas-de-final.
"Não jogamos tão bem contra o Egito, mas temos condições de atuar melhor", comentou Giba, que foi titular na boa vitória sobre a Austrália por 3 a 0 e terça-feira ficou na reserva de Tande. "Na seleção, há um grupo de atletas e não simplesmente titulares e reservas."
Depois de ser poupado dos treinos e da partida de estréia, Tande voltou a jogar ontem e atuou nos dois primeiros sets. Sua participação na Olimpíada deverá ser administrada. "Ele tem feito tratamento intensivo, com muita fisioterapia", observou o técnico Radamés Lattari. "Aos poucos, ele ganhará melhores condições de jogo."