Brisbane - O Brasil vai tentar neste sábado assegurar sua passagem para a semifinal do torneio de futebol masculino da Olimpíada. O jogo com Camarões, no Estádio The Gabba, às 6h de Brasília, vai ter uma peculiaridade.
Se terminar empatado, haverá prorrogação de até 30 minutos - neste caso, a partida seria encerrada com a marcação do golden goal (gol de ouro), ou morte súbita, o que apontaria a equipe classificada. Se nenhuma seleção estabelecer vantagem no tempo extra, a vaga será decidida em cobranças de pênaltis.
A princípio, essas possibilidades estão sendo desprezadas pelo técnico Wanderley Luxemburgo. Ele exige a vitória nos 90 minutos, vai armar o time no ataque e conta com uma boa atuação de Ronaldinho, o mais badalado jogador da seleção, de quem os torcedores brasileiros esperam uma exibição à altura de sua capacidade e fama.
Na Austrália, apesar de não ter feito nenhum gol na competição, o atacante divide quase diariamente espaço com medalhistas olímpicos nos principais jornais do país.
O capitão Alex entendeu o recado de Luxemburgo na primeira conversa sobre o próximo adversário. "Temos de errar o mínimo possível." Ao analisar alguns teipes de jogos de Camarões, o meia chegou a conclusão de que o Brasil vai atuar contra uma equipe mais forte do que a África do Sul.
Para Alex, a decisão depois do tempo normal "vira uma incógnita", hipótese da qual o Brasil precisa se afastar. "Numa prorrogação, você nem sabe se deve atacar ou defender."
Luxemburgo vai reforçar a idéia de que seu time tem a obrigação de jogar com aplicação para não ser surpreendido. "É matar ou morrer." A maior esperança do treinador é de que os jogadores da seleção tenham equilíbrio emocional durante toda a partida. Ele considera esse aspecto fundamental para o sucesso da equipe contra Camarões, sobre quem não dispõe de muitas informações.
Luxemburgo criticou o regulamento do torneio, por causa da inclusão dos pênaltis como possível recurso de desempate.
O lateral Fábio Aurélio lamentou a ausência do cunhado Edu, punido por ter recebido dois cartões amarelos, e lembrou do entrosamento entre ambos, ressaltando que ao tocar na bola, sabe em que ponto o meia se encontra. Fábio classificou o gol de ouro como uma "aflição eterna".