BH - Para o ferroviário aposentado Manoel Maurício, pai do atacante Geovanni, a crise particular que vive o técnico Wanderley Luxemburgo pode ter influenciado no rendimento da seleção brasileira, que perdeu para Camarões, sábado, em Brisbane. "É muita pressão na cabeça de uma pessoa", disse.
Tranqüilo, o Sô Manoel, como é chamado, passou o dia como o restante da família e da pacata cidade de Acaiaca, de aproximadamente 6.000 habitantes, na Zona da Mata, entre Mariana e Ponte Nova: em silêncio.
Coube ao pai de Geovanni, acordar a mulher Efigênia e depois o filho José Isaías e a nora Josélia Cândida, às 5h30. Todos se concentraram em frente à televisão e os momentos de maior vibração da família foram quando Geovanni entrou em campo, no segundo tempo, e quando o atacante mandou a bola na trave do jovem goleiro Kameni.
Com a eliminação, a família ficou desolada, mas não ao ponto de choro. O pai tinha falado com o atacante, por telefone, na sexta-feira. Geovanni sabia que não entraria jogando, mas tinha a garantia do técnico de que ia entrar durante a partida. "Ele tinha toda esperança de classificação, o que falou para mim e a para sua mulher Roberta", disse.
Sobre a entrada do filho somente no segundo tempo do jogo, o pai admitiu, também, que a satisfação seria a mesma caso o time tivesse se classificado. "Não quero as coisas só para mim, temos que respeitar os direitos dos outros", disse. Sobre a derrota, foi enfático: “Teremos novas oportunidades".