Sydney - Tranqüilo e confiante, depois de se classificar para a final olímpica do salto em altura, o cubano Javier Sotomayor afirmou que, no domingo, será necessário ultrapassar o sarrafo a, pelo menos, 2,38 metros para ganhar a medalha de ouro em Sydney 2000. O saltador, que detém o recorde mundial com 2,45 metros, terá como principal adversário o russo Viacheslav Voronin.
A especialidade faz parte do programa dos jogos desde a primeira olimpíada, em 1896. O vencedor daqueles jogos foi um norte-americano, M. Clark, com um salto de 1,81 metros. Foi o início da supremacia dos Estados Unidos, que se prolongou até os jogos de 1956 – com as exceções de 1932 (quando venceu o canadense McNaughton) e de 1948 (medalha de ouro para o australiano Winter. Neste período, foi superada a barreira dos 2 metros, com o salto de C. Johnson em 1936 (2,03m).
Quando os países do Leste Europeu entraram na disputa olímpica, na metade dos anos 50, perceberam que, se não conseguiam derrotar aos norte-americanos nas provas de velocidade, poderiam fazê-lo nos saltos e arremessos. Já nos Jogos de Roma, em 1960, o soviético Chavlakadze salta 2,16 metros para ficar com o ouro e se tornar o primeiro de língua não inglesa a vencer a modalidade. No feminino, a romena Iolanda Balas supera o recorde em quase 10cm.
No México, em 1968, Fosbury recupera o título para os Estados Unidos, melhorando a marca do grande saltador soviético Valery Brummel (2,18m) conseguindo com seu novo estilo de saltar (o estilo Flop, usado atualmente) a extraordinária marca de 2,24 metros. Poloneses, alemães orientais e soviéticos se revezaram nos triunfos até a aparição de Javier Sotomayor, medalha de ouro em Barcelona (1992). Em Atlanta, o norte-americano Austin conseguiu quebrar o recorde olímpico saltando 2,38 metros.