Sydney - A dupla Zé Marco/Ricardo torce para que os brasileiros - atletas de outras modalidades e torcedores - invadam nesta segunda-feira a arena montada em Bondi Beach. Eles precisam de apoio porque, de certa forma, estão isolados em Sydney. Como Bondi fica a cerca de uma hora de carro do parque olímpico, os jogadores de vôlei de praia ficam hospedados em hotéis, fora da vila olímpica. Zé Marco e Ricardo sentiram o gosto de Olimpíada, até agora, somente na cerimônia de abertura, há 10 dias. Depois disso, viveram praticamente o mesmo ambiente a que estão habituados, o do circuito mundial.
Os brasileiros estão precavidos contra uma possível má vontade dos organizadores dos jogos em relação aos brasileiros. A tabela foi elaborada de forma a evitar que duplas do mesmo país se enfrentassem na final. Como defesa, a dupla adotou a estratégia de pressionar a arbitragem em lances duvidosos. "Os adversários reclamam muito dos juízes, por isso resolvemos fazer nossa pressão para equilibrar as forças", disse Ricardo.
Neste domingo, antes da semifinal contra os alemães Ahmann/Hager, Zé Marco recebeu a visita do ex-jogador Renan dal Zotto, comentarista de TV. Renan o aconselhou a esquecer a Olimpíada de Atlanta e concentrar as forças na conquista do ouro em Sydney. Zé Marco entrou na quadra tranqüilo e se classificou. Ao final do jogo, virou-se para a tribuna de imprensa e agradeceu a Renan.
Apesar de ser minoria em relação aos australianos, os torcedores brasileiros fizeram muito barulho neste domingo na arquibancada. Nos momentos mais difíceis do jogo contra os canadenses Child/Heese, nas quartas-de-final, Ricardo pediu apoio acenando para a arquibancadas e foi atendido.
Os torcedores também empurraram a dupla no pior momento de Zé Marco e Ricardo nesse torneio. Foi contra Stamm e Berger, na segunda rodada. Os austríacos abriram cinco pontos de vantagem (13 a 8) no final do jogo e chegaram a ter um match point. Com o apoio da torcida, os brasileiros viraram o jogo e fecharam o placar em 16/14. "Naquele momento, o filme de toda a minha vida passou na minha cabeça, mas conseguimos virar", lembrou Ricardo.