São Paulo - O bicampeão do mundo de F-1 Mika Hakkinen, da McLaren, disse nesta quarta-feira que o campeonato não acabou e que ainda é perfeitamente possível reverter a vantagem de oito pontos de Michael Schumacher, da Ferrari, na classificação.
"Eu sei como conseguir isso, não é algo novo para mim." O piloto alemão da Ferrari estará nesta quinta-feira no circuito de Mugello, na Itália, preparando-se para a próxima etapa do Mundial, dia 8 no Japão. Se ele vencer em Suzuka será campeão do mundo.
Quando a Fórmula 1 desembarcou ano passado no Japão, última corrida do ano, o norte-irlandês Eddie Irvine, da Ferrari, liderava o campeonato com 70 pontos. Ele vinha de uma vitória na prova de Sepang, na Malásia.
Já Hakkinen ocupava o segundo lugar na classificação, com 66 pontos. Os dois tinham quatro vitórias cada um ao longo do ano, primeiro critério de desempate. Irvine e Hakkinen possuíam igualmente o mesmo número de segundas colocações, duas. Hakkinen vencia no critério seguinte de desempate, por ter três segundos lugares diante de apenas dois de Irvine.
O que mais importava, na realidade, era a significativa vantagem de Irvine, considerando-se que a McLaren tinha de descontar tudo em um único GP. Ao fim das 53 voltas, porém, Hakkinen comemorou a conquista do bicampeonato. "Se eu ganhar agora em Suzuka, como no ano passado, então a última corrida será muito difícil para eles", disse o finlandês.
Hakkinen largou melhor que Michael Schumacher no GP do Japão do ano passado - o alemão era o pole position - e não mais perdeu a liderança da prova. Com a vitória, ficou com o título que pouca gente acreditava não fosse ser da Ferrari.
A situação agora se assemelha à da última temporada. Hakkinen tem 80 pontos e Schumacher 88, mas restam duas corridas. "No caso de eu repetir a minha vitória em Suzuka a pressão sobre nossos adversários na etapa final do campeonato será enorme", lembrou Hakkinen.
Ele sabe que se conseguir estender a disputa até o GP da Malásia, dia 22, suas possibilidades de ser tricampeão aumentam consideravelmente. O clima de distensão que se respira na equipe italiana hoje se transformará em tensão extrema.
É para evitar essa situação de consequências imprevisíveis para a Ferrari que seu piloto de testes, Luca Badoer, está treinando desde terça-feira em Fiorano. Nesta quinta-feira será a vez de Schumacher assumir o modelo F1-2000 em Mugello, traçado que guarda boas semelhanças com os 5.864 metros de Suzuka.