São Paulo - Com a recusa de Luiz Felipe Scolari, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, tem de escolher outro treinador para substituir Wanderley Luxemburgo, demitido no sábado. Campeão mundial em 1994, Carlos Alberto Parreira é o nome preferido do dirigente. Há, no entanto, alguns empecilhos para a sua contratação e Levir Culpi, do São Paulo, aparece como segunda opção. Teixeira vai dar uma coletiva nesta segunda à tarde na sede da CBF para anunciar a demissão de Luxemburgo e pode, até, divulgar o nome do novo treinador, embora as possibilidades sejam pequenas.
O auxiliar-técnico Candinho deve dirigir a seleção brasileira no domingo, dia 8, contra a Venezuela, em Maracaibo. "Vou me reunir à tarde com dirigentes da CBF para definir o que será feito", disse Candinho. "Se ainda não houver uma nova comissão técnica, dirijo o time na Venezuela."
Um dirigente da CBF garantiu que, ao contrário do que se especulava, não houve contato com Parreira até sábado. Após o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, no sábado à noite, o secretário-geral da CBF, Marco Antônio Teixeira, esteve nos vestiários e conversou com Scolari e Parreira. Tio de Ricardo, Marco Antônio é o homem de confiança do presidente. Caso opte por contratar Parreira, a CBF não deve enfrentar a mesma resistência feita pela diretoria do Cruzeiro, que dificultou a saída de Scolari ao exigir o pagamento da multa rescisória.
Levir também aparece com boas chances. O presidente do Tricolor, Paulo Amaral, garante que não conversou com o treinador, mas já trabalha com a hipótese de perdê-lo. "Como o Scolari não aceitou o convite, acredito que a bola da vez passa a ser mesmo o Levir, embora eu não tenha nenhuma informação oficial", afirmou o dirigente, lembrando que não existe cláusula de multa rescisória no contrato do técnico com o São Paulo. "Se perder o Levir, vou ter problemas para encontrar outro técnico do mesmo nível."
Levir, que passou o domingo em Curitiba descansando, garantiu não ter recebido nenhuma ligação de dirigentes da CBF até o início da noite. Paulo César Carpegiani, que está sem clube, tem prestígio na CBF. No entanto, as possibilidades de ser o técnico da seleção são remotas. Neste domingo, ele disse que não foi procurado por dirigentes da entidade.
Multa - Como informa um dirigente, a CBF não admite pagar nada para contar com nenhum treinador. Para evitar despesas, a entidade firma contratos com prazos indeterminados, o que elimina a multa. Luxemburgo, por exemplo, não tem direito, pelo menos oficialmente, a um valor por causa da rescisão. Nos contratos acertados entre clubes e treinadores, a multa costuma ser equivalente à metade dos salários que o técnico ainda tem para receber.
Por outro lado, a formação da comissão técnica é um obstáculo para a contratação de Parreira. Apesar de negar, Américo Faria, que integraria a comissão técnica se o treinador assumisse, não tem bom relacionamento com Marco Antônio Teixeira. Garantido como coordenador técnico, Marco Moura é outro incômodo para Parreira. A declarada falta de vontade de Parreira em voltar à seleção é mais um problema.
Desfalques - Contundido, o volante Flávio Conceição deve ser cortado da seleção para o jogo contra a Venezuela, a exemplo do que ocorreu com o lateral-esquerdo Júnior e com Rivaldo.