Sydney - O bom desempenho na Olimpíada poderá render bons patrocínios no futuro, mas também vai custar algum dinheiro aos comitês olímpicos nacionais de países como Estados Unidos, Rússia, China e Austrália, os quatro primeiros colocados nos Jogos de Sydney. Eles prometeram a seus atletas prêmios em dinheiro em caso de conquista de medalhas, e elas vieram em grande quantidade.
As contas ainda estão sendo fechadas, mas é certo que envolvem quantias razoáveis. O poderoso Usac, comitê olímpico nacional dos Estados Unidos, prometeu que pagaria US$ 15 mil pelo ouro, US$ 10 mil pela prata e US$ 7,5 mil pelo bronze. Feitas as contas, deverá desembolsar pelo menos US$ 1,0825 milhão para premiar seus atletas, que ganharam 39 ouros, 25 pratas e 33 bronzes em Sydney.
Profissionais milionários, como os jogadores do Dream Team de basquete, campeões olímpicos, vão doar o que receberem a instituições de caridade, segundo informou Mike Moran, manager do departamento de imprensa do comitê olímpico norte-americano.
Devido às dificuldades econômicas e sociais que o país enfrenta, a Rússia temia não repetir em Sydney o desempenho de Atlanta, quando ganhou um total 63 medalhas, 26 delas de ouro. Por isso, reforçou a garra de seus atletas prometendo prêmio de US$ 100 mil em dinheiro por cada ouro na Olimpíada de Sydney. O saldo foi de 32 medalhas de ouro conquistadas, o que significará uma despesa de US$ 3,2 milhões.
A China, terceira colocada na classificação geral dos Jogos, prometeu à sua delegação o equivalente a US$ 120 mil por cada medalha de ouro conquistada. Vai desembolsar pelo menos US$ 3,36 milhões com seus principais atletas, que ganharam 88 medalhas no total, 28 delas de ouro.
Numa impressionante evolução esportiva da Olimpíada de Atlanta, em 1996, para a de Sydney, a Austrália subiu do sétimo lugar no quadro de medalhas, em Atlanta/96, para o quarto lugar em Sydney. Os 16 ouros, 25 pratas e 17 bronzes representam 15 medalhas a mais em relação a Atlanta, 31 a mais que Barcelona e 44 em relação a Seul.
Como também prometeu prêmios em dinheiro a seus atletas - US$ 9 mil por cada ouro, US$ 4,5 mil pela prata e US$ 3 mil pelo bronze -, o comitê olímpico australiano não terá de fazer grande sacrifício financeiro para recompensar todos os medalhistas que fizeram a melhor campanha da história do país. Com vitórias nos 400 metros, revezamento 4x200 metros e 4x100 metros, o nadador Ian Thorpe tem direito a três cheques de US$ 9 mil cada, o que também é pouco frente a seus inúmeros contratos publicitários.
O prêmio mais alto que se tem notícia em Sydney foi oferecido pelo governo de Taiwan a quem conquistasse o primeiro ouro da história olímpica do país: US$ 330 mil em dinheiro, mais uma casa. Ninguém levou a bolada. Quem chegou mais próximo foi a levantadora de peso Feng-Ying Li, prata na categoria 53 quilos. Ela ganhou, como consolação, US$ 65 mil.
O Comitê Olímpico Brasileiro não vai premiar os atletas que conquistaram as 12 medalhas para o país em Sydney - seis de prata e seis de bronze. Uma eventual recompensa financeira aos atletas ficará por conta de patrocinadores. A Bolsa de Mercadorias e de Futuros anunciou que presenteará cada medalha de prata com meio quilo de ouro, o equivalente a R$ 8,52 mil, pela cotação desta segunda-feira. O bronze vale meio quilo de ouro, ou R$ 4,26 mil. No caso de esportes coletivos, o prêmio será dividido entre os atletas. A medalha de ouro valia um quilo do metal, ou R$ 17,4 mil, pela cotação desta segunda-feira.