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Senador quer depoimento da ex-secretária de Luxemburgo
Terça-feira, 03 Outubro de 2000, 17h24
Atualizada: Terça-feira, 03 Outubro de 2000, 17h24

Brasília - O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, quer a convocação imediata da estudante de Direito Renata Moura Alves, ex-secretária do ex-técnico da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo, assim que a comissão começar a funcionar. "Temos de partir das denúncias novas", defendeu o senador que espera ser nomeado presidente ou relator da CPI.

Renata denunciou que o ex-técnico tinha participação nos lucros da venda de jogadores e que convocava atletas para a seleção com o objetivo de valorizar o passe deles. Dias acredita que a ex-secretária possa apresentar provas das acusações feitas contra seu ex-patrão.

Luxemburgo também deve ser um dos primeiros a ser convocados pela CPI, previu nesta terça-feira Dias, confiante na instalação da comissão ainda esta semana, já que conta com o apoio do presidente do Senado, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Eu cumpro o regimento e mando instalar a CPI", prometeu o senador a Dias, quando ele entregou o requerimento para criação da comissão com 39 assinaturas.

Ao chegar nesta terça-feira ao Congresso, Antônio Carlos disse que os integrantes da CPI serão nomeados em breve, sem estabelecer qualquer prazo para que isso seja feito. A comissão contará com quatro titulares e três suplentes do PMDB, mesmo número de representantes do PFL, dois titulares do PSDB e um do bloco de oposição.

Corrupção - Dias aproveitou o último dia de funcionamento do Senado, antes do recesso branco promovido em função das eleições municipais, para entregar o pedido de criação da CPI. Foi o jeito que encontrou para driblar o lobby pesado que impediu a criação da comissão na Câmara.

O senador explicou que o futebol brasileiro merece investigação por causa das inúmeras denúncias de corrupção e por ser uma atividade econômica que gera número considerável de empregos e receita. Mas, ressalta o senador, não há fiscalização da CBF, nunca se sabe o real valor do passe dos jogadores e a imprensa vive publicando denúncias de sonegação de Imposto de Renda e de contribuições previdenciárias envolvendo jogadores e clubes.

O Banco Central já constatou irregularidades na venda de passe de jogadores para o exterior que resultaram em prejuízo de mais de R$ 40 milhões em impostos e multas que deixaram de ser recolhidos.

O senador também lista entre os assuntos que devem ser investigados pela CPI o contrato de patrocínio assinado pela CBF e a empresa de artigos esportivos Nike. Dias quer esclarecer boatos de que a seleção brasileira seria administrada em função da Nike.



Agência Estado


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