Brasília - Cartola do futebol, o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) criticou nesta quarta-feira a realização de duas CPI´s simultâneas para discutir futebol. Ele disse que é favorável à CPI, mas era contra a exploração eleitoreira que poderia ter ocorrido se a comissão tivesse sido instalada antes das eleições municipais. E não admite investigação com intuito policialesco.
O deputado e vice-presidente do Vasco discorda do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) que quer convocar o ex-técnico da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo. "O que isso vai resolver o problema do futebol?", questiona, e afirma que se trata de uma questão individual, um problema da Receita Federal.
Ele acredita ainda que poderá haver uma banalização do problema do futebol se as CPI´s decidirem expor técnicos, jogadores e clubes sonegadores. Também acha que não se deve tocar na questão da transferência de jogadores brasileiros para clubes estrangeiros.
E nem convocar diretores da Nike para explicar contrato de patrocínio com a Confederação Brasileria de Futebol, motivo que levou o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) a solicitar a abertura de uma CPI na Câmara. Para Miranda, basta analisar o contrato.
Mas para Rebelo o contrato tem cláusulas que precisam ser explicadas como a exigência da presença de cinco jogadores titulares da seleção brasileira em jogos amistosos. Ele entende que jogadores são escalados a cada partida e a regra seria um indício de que a Nike é quem escolheria os jogadores.
Eurico Miranda quer que a CPI investigue o motivo de altos salários pagos a jogadores e a técnicos de futebol. "Quem está por trás estimulando a pagar valor altíssimo?", pergunta. Ele tem um palpite: a intenção é quebrar os clubes.
O deputado também defende a apuração da aplicação de recursos públicos no futebol, como o investimento feito nas Olimpíadas. E volta a insistir na tese de que a CBF é uma entidade privada e somente a sua administração deve ser alvo de investigação.