Brasília - As CPIs da Nike na Câmara e a do Futebol no Senado são fatos consumados, serão instaladas assim que as lideranças nomearem representantes. Na Câmara, a CPI da Funai será encerrada para abrir vaga para a da Nike. Mas parlamentares ligados a clubes, federações e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criticaram nesta quinta-feira a criação das duas comissões.
"A CPI da Nike não vai mostrar nada", garantiu o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), irmão do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Emídio Odósio Perondi. Ele alega que o contrato de patrocínio entre a CBF e a Nike é público. "Não conheço nada grave que justifique a criação de uma CPI do Futebol", reagiu o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO), presidente da Federação Tocantinense de Futebol.
O senador que não ganhará assento na CPI, porque seu partido não terá representantes, defende que a Receita Federal e a Previdência já estão investigando sonegações de Imposto de Renda e de contribuições previdenciárias neste esporte.
O senador Quintanilha também não vê problemas de um parlamentar, representante de clubes, federações e CBF, ocupar vaga nas CPIs. Na Câmara, 13 deputados assumiram em seus Estados cargos em clubes e federações de futebol ou são dirigentes da CBF e um deles tem parentesco com presidente de federação. A CPI da Nike terá 17 membros.
O deputado Dino Fernandes (PSDB-RJ) e diretor de projetos especiais do Flamengo, que apóia a CPI, quer ser indicado pelo partido. Ele contou que outros 15 tucanos também disputam a indicação. A relatoria da CPI da Nike será do PSDB. Segundo assessores do líder do partido na Câmara, deputado Aécio Neves (MG), a escolha recairá sobre uma pessoa independente sem ligação com clubes, federações ou CBF.
O PDT já tem seus indicados: deputado Olímpio Pires (MG) ex-presidente de um clube em Itabira, para titular; e João Sampaio (RJ), como suplente. O líder do PDT, Miro Teixeira, explicou que era natural escolher Pires por ele entender de futebol. Teixeira recusou título honorífico da CBF e convite do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, para comandar projeto para crianças carentes. "Poderia dar conflito entre o meu trablaho e o meu mandato", disse, explicando que na época do convite já estava em debate a criação de CPI.
Na Câmara, os deputados ligados a clubes, federações ou à Confederação Brasileira do Futebol (CBF) são os seguintes: 1- Luciano Bivar (PSL-PE) - presidente do Esporte Clube de Recife 2- Eurico Miranda (PPB-RJ) - vice-presidente do Vasco 3- Dino Fernandes (PSDB-RJ) - diretor de projetos especiais do Flamengo 4- Darcísio Perondi (PMDB-RS) - irmão do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Emídio Odósio Perondi. 5- Pedro Canedo (PSDB-GO) - presidente de honra do clube goiano Anapolina 6- Zé Gomes da Rocha - ex-presidente do Itumbiara (GO) 7- Telmo Kirst (PPB-RS) - presidente do Santa Cruz 8- Santos Filho (PFL-PR) - vice-presidente da CBF 9- Marcus Vicente (PSDB-ES) - Federação de Futebol do Espírito Santo 10- Zezé Perrela (PFL-MG) -- presidente do Cruzeiro 11- Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) - diretor da CBF 12 - Jovair Arantes (PSDB-GO) - presidente do Atlêtico Goianiense 13 - Ciro Nogueira (PFL-PI) - presidente do River de Teresina 14 - Olímpio Pires (PDT-MG) - ex-presidente de um clube de Itabira (MG). No Senado: 1- Leomar Quintanilha (PPB-TO) -- presidente da Federação Tocantinense 2- Maguito Vilela -- ex-dirigente do clube Jataiense do interior de Goiás e ex-diretor da CBF.