Porto Alegre - Em campo, Carlos Alberto Gavião, 20 anos, costuma ter olhos de águia. Percepção de jogo e bom posicionamento na marcação são duas características deste volante reconduzido recentemente ao time titular, depois de amargar um longo período de ostracismo e um profundo trauma pessoal.
Participante das categorias de base do Grêmio desde 1994, Gavião alternou idas e vindas nos profissionais desde 1997. Contemporâneo do companheiro de equipe Ronaldinho, participou com ele de todas as seleções amadoras, até que, no início de 1999, envolveu-se em uma briga com o árbitro colombiano Filipe Russo, numa partida contra o Uruguai, e amargou um ano de suspensão em partidas internacionais.
O ano de 1999 prosseguiu com muitos dissabores, entre eles a morte da mãe, o que se refletiu em campo. Durante a Era Leão no Olímpico, só jogou 45 minutos e não voltou mais a campo.
Apenas com a chegada de Antônio Lopes, que elogiava sua técnica e velocidade, Gavião ganhou nova oportunidade, ao lado do colega Anderson Polga. Foi justamente num Gre-Nal que Gavião conseguiu se reafirmar. O empate em 1 a 1 pelo Gauchão deste ano. O time gremista, salvo por milagres de Danrlei, ganhou em produção quando Gavião entrou no lugar de Astrada.
Agora, o jogador quer aproveitar a atmosfera propícia do Gre-Nal para confirmar a boa fase. Natural de Itaqui, Gavião é mais um dos jogadores de origem no futebol de salão. Foi visto por um caça-talentos do Grêmio em um torneio juvenil em Alegrete, quando defendia um time da cidade, e convidado a vir para o Olímpico.