Santos -
Na Vila Belmiro são freqüentes as especulações sobre a possível saída de Rincón do Santos. Há quem aposte que o destino do jogador, depois da Copa João Havelange, será o Cruzeiro de Belo Horizonte.
Recentemente, Luís Felipe Scolari, crítico feroz das cotoveladas do colombiano, estranhamente pediu a sua contratação para reforçar o time na Taça Libertadores da América de 2001.
Fala-se, também, que o volante estaria acertando um contrato para jogar no futebol norte-americano, já que tem um posto de gasolina em Miami e nunca escondeu que pretende morar nos Estados Unidos.
Os comentários são encarados com indiferença por torcedores e até por dirigentes que parecem decepcionados com o retorno que Rincón vem dando ao clube, que fez um enorme esforço para tirá-lo do Parque São Jorge e lhe paga salário de US$ 170 mil por mês.
Outro motivo para o descontentamento dos santistas é que ele continua morando na Capital, deixando de cumprir a promessa de se mudar para Santos, além de viajar constantemente para a Colômbia e os Estados Unidos "para resolver problemas particulares".
Se em campo Rincón ainda nem chegou perto de justificar o rótulo de `maior volante do mundo', que lhe foi dado pelo presidente Marcelo Teixeira no dia em que foi apresentado à torcida, fora dele mantém a postura de grande líder. Tanto que aproveitou a contratação de Edmundo para reivindicar `em nome do grupo' que o clube pagasse o direito de imagem aos jogadores, que estava atrasado há mais de um mês, usando uma metáfora: "Não se deve comprar o sofá antes de arrumar o apartamento".
O recado foi entendido e a primeira providência da Diretoria, ao receber do Las Palmas os US$ 2,7 milhões da venda do passe de Baiano, foi saldar a dívida.
Coincidentemente, pouco antes de os dirigentes pararem o treino para comunicar que o dinheiro de todos já estava depositado, Rincón entrava em campo depois de um "sumiço" de vários dias.
Embora o Santos seja um clube envolto em mistérios, sabe-se que a Diretoria já tem pronto um projeto de reformulação do elenco para 2001, com a negociação de jogadores que ganham altos salários e a promoção de juniores.
"Hoje, o Santos tem uma dívida enorme e para fazer frente a sua folha de pagamento no futebol, precisa vender um jogador por mês. Primeiro foi Piá, depois Baiano e agora Eduardo Marques", revela uma importante figura do futebol santista.
O pontapé inicial para reduzir os gastos no futebol foi o afastamento de Márcio Santos - os dirigentes torcem para que a Justiça do Trabalho lhe dê passe livre para que o clube se livre do salário mensal de R$ 90 mil . A liquidação do fim do ano pode ser aberta por Rincón e deverá ter figurinhas carimbadas como Carlos Germano, Dodô, Caio, Valdo e mais alguns nomes.