São Paulo - Gil de Ferran (Penske) e Paul Tracy (Green) são as esperanças da Honda para o pentacampeonato de pilotos e o quarto de construtores da Fórmula Indy. Roberto Moreno (Patrick), Michael Andretti (Newman Haas) e Adrian Fernadez (Patrick) correm com Ford que tenta o primeiro título desde 95. Na madrugada deste sábado, entre 1h45 e 3h00, os pilotos disputam a segunda e última tomada oficial de tempos para a Honda Indy 300, em Surfer’s Paradise, Austrália, a penúltima etapa do ano. A primeira tomada de tempos acontece na madrugada desta sexta-feira.
A corrida será disputada às 2h de sábado para domingo, com transmissão ao vivo pelo SBT e DirecTV (canal 363). No campeonato, Gil de Ferran (Honda) tem 153 pontos, Paul Tracy (Honda), 134, Roberto Moreno (Ford), 131 e Michael Andretti (Ford) e Adrian Fernandez (Ford) estão empatados com 127.
Quando assinou contrato por três anos com a equipe Patrick, Roberto Moreno justificou suas expectativas de um bom campeonato por causa dos motores Ford XF. Na quarta-feira, em Surfer’s Paradise, Moreno ratificou: "Eu estava certo. A Honda andou mais do que eu esperava. Mesmo assim, até agora, a Ford somou mais pontos".
No campeonato de construtores, a Ford tem 293 pontos contra 290 da Honda. A Toyota é a terceira, com 257, com chances remotas de chegar ao título. A Ford venceu o campeonato de 95 com Jacques Villeneuve na equipe Green. Depois a Honda fez quatro campeões consecutivos: Jimmy Vasser (96), Alex Zanardi (97/98) e Juan Pablo Montoya (99), todos pela Chip Ganassi. A Honda também somou mais pontos neste período, ficando com os títulos de construtores. Só perdeu o de 97 para a Mercedes.
Segundo Gil de Ferran, a Honda comprovou sua tradição na Indy. A fábrica entrou na categoria em 94 e conta com 53 vitórias, oito só em 2000. No mesmo período, a Ford venceu 35 corridas, cinco em 2000. "Quando sai da equipe de Jim Hall e fui para Walker em 97, a Honda estava no pacote", explica Gil de Ferran.
A Honda fez também o "rookie" (estreante) do ano com Alex Zanardi (96), Tony Kanaan (98) e Juan Pablo Montoya (99). Foi então que a Ford resolveu reagir com a versão XF. O motor, entretanto, ainda não chegou a excelente performance do XB, em 95, que ganhou 10 corridas. A Ford está fazendo o "rookie" do ano 2000 com o sueco KennyBrack, equipe Rahal, que soma 118 pontos, quase o dobro do espanhol Oriol Servia que corre com motor Toyota.
A disputa entre as duas marcas deverá ficar mais difícil em 2001 quando a Toyota deverá reforçar seus investimentos. Além da Chip Ganassi, a Toyota também fornecerá motores para a Newman Haas. O anúncio oficial deverá sair até a corrida de Fontana, dia 29 de outubro. Dessa forma, a Toyota poderá contar com os brasileiros Christian Fittipaldi e Cristiano da Matta, a dupla da Newman Haas, e, talvez, com Bruno Junqueira que negocia um contrato com a Chip Ganassi.
O quarto brasileiro com Toyota poderá ser Maurício Gugelmin já que a PacWest negocia a substituição dos motores Mercedes (a fábrica deixará a Indy em 2001) por Toyota. Christian acredita que teve um ano de muitos problemas este ano mas não atribui à Ford a falta de mais pontos no campeonato. "Outros pilotos com motor Ford estão na briga pelo título. Inclusive o Michael Andretti, meu companheiro de equipe".
A princípio, as duas principais equipes da Ford em 2001 serão a Patrick, de Roberto Moreno, e a Rahal, de Kenny Brack. A Honda continuará com a Penske e Green e ainda fornecerá motores para a equipe Motorola, braço da Green, com o piloto Michael Andretti. Além de Gil de Ferran e Hélio Castro Neves, outro brasileiro com chances de correr com Honda em 2001 é Tony Kanaan. Com a Forsythe, em 99, competindo com Reynard/Honda, Kanaan conquistou sua única vitória na Indy, durante as 500 Milhas de Michigan.