Atenas - Há três anos, Gianna Angelopoulou não podia fazer nada errado. Aclamada como heroína nacional, ela se expôs aos refletores e à adoração pública grega como a mulher que teve sucesso ao garantir as Olimpíadas de 2004 para a Grécia. Agora, como organizadora-chefe dos Jogos, cada movimento seu é examinado.
Os custos são considerados extravagantes, seus principais executivos estariam recebendo salários altos demais e até mesmo a presença constante de seu marido, o magnata Theodoros Angelopoulou, ao seu lado é vista com estranheza.
Sua briga com ministros do governo sobre quem comanda os Jogos tem preocupado o Comitê Olímpico Internacional (COI), que na semana passada pediu uma "trégua" entre o governo e os organizadores das Olimpíadas de 2004.
Uma importante reunião com o primeiro-ministro Costas Simitis na terça-feira deverá decidir se ela terá mais poderes ou se vai demitir-se. Para a maioria, a escolha da última opção vai arriscar seriamente os trabalhos da Grécia para organizar os Jogos.
"Não dá para imaginar os problemas se ela for embora. A Grécia não será capaz de se recuperar", disse um membro do governo.
Angelopoulou não diz se ameaçou Simitis com sua renúncia, mas deixou claro que não vai continuar se não puder organizar uma boa Olimpíada e disse que a transferência dos Jogos é sempre uma opção para o COI.
"Teoricamente, o cenário existe", ela disse a uma televisão grega no último fim de semana.
Um membro do comitê de organização dos Jogos a descreveu como uma relações públicas, enquanto outros fazem o trabalho duro.
"Mas ela está tentando fazer com que as coisas sejam feitas enquanto o governo ainda não entende o tamanho do projeto", disse.