São Paulo - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o contrato entre a fabricante de material esportivo Nike e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quer ir mais fundo nas mazelas do futebol brasileiro. A posição ficou clara ontem, na primeira reunião dos integrantes da Comissão, na Câmara dos Deputados. O objetivo é investigar todos os contratos firmados pela entidade nos últimos cinco anos, incluindo direitos de transmissão de tevê e a relação de jogadores negociados com clubes do Exterior. "Há um clamor nacional para que o futebol seja moralizado", justificou o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), presidente da CPI.
Para a Nike, se os problemas com a Seleção Brasileira já representavam um prejuízo para a marca no País, o envolvimento com a Comissão - chamada de CPI da Nike - preocupa seus diretores.
Dos que deverão ser convocados para depor nos próximos dias estão o atacante Ronaldinho, da Inter de Milão, e Zagalo, para explicar o que aconteceu com o jogador na final da Copa da França.
Ontem, também se confirmou que pelo menos dois dos deputados que integram a CPI receberam dinheiro da CBF para suas campanhas eleitorais - Eurico Miranda (PPB-RJ), vice-presidente do Vasco e da própria Comissão, e Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Hoje, o Senado também deverá instalar sua CPI para investigar as denúncias contra jogadores, clubes e dirigentes do futebol brasileiro. A CPI dos senadores, no entanto, somente deverá começar a trabalhar no dia 29.