São Paulo - Sempre que o São Paulo atravessa uma fase de instabilidade, o técnico Levir Culpi recorre à psicologia para explicar as razões dos insucessos. Desta vez, para a partida diante do Guarani, neste domingo, às 18h30, a situação não será diferente. Para deixar para trás as oscilações das últimas semanas e voltar à liderança da Copa João Havelange, o clube efetivou a contratação da psicóloga Suzy Fleury, que é neste momento uma personagem bastante controversa no cenário do futebol brasileiro.
Isto porque Suzy fez parte da comissão técnica de Wanderley Luxemburgo na seleção brasileira. Depois da fraca campanha da equipe na Olimpíada de Sydney, na qual seus métodos foram contestados por muitos especialistas, ela modificou sua postura, com o objetivo de apagar a má impressão deixada na ocasião.
Na final do Campeonato Paulista, quando já prestava serviços para o São Paulo, Suzy Fleury evitava dar declarações, com o argumento de que as estrelas do espetáculo eram os atletas. No seu retorno ao Centro de Treinamento, nesta semana, a psicóloga atendeu pacientemente a todos os jornalistas.
Seria um novo método para angariar a confiança da opinião pública? Ela garante que não, adiantando que a fase de entrevistas será curta. E, dizendo-se mais à vontade por estar agora vinculada apenas ao clube, já começou a analisar as razões da queda de rendimento do São Paulo.
A presença da psicóloga pode ter motivado os jogadores a darem declarações pesadas para o jogo deste domingo. "Elegemos o Guarani como nosso adversário que irá pagar o pato", disse, por exemplo, o lateral-direito Belletti.
Inicialmente, o técnico Levir Culpi ficou empolgado com as frases de efeito. "Só queria ouvir isto", observou. Minutos depois, no entanto, ele mostrava incerteza quanto a validade destas promessas. "Eles falam porque têm liberdade de expressão", ressaltou o treinador, sem dizer se aprovava ou não tais declarações.