São Paulo - Fora dos gramados desde o início deste semestre por causa de uma operação na mão esquerda, o goleiro Marcos está voltando aos treinamentos.
Sua preocupação, contudo, não é apenas com a recuperação, mas com seu contrato com o Palmeiras, que termina no fim de dezembro. Até agora, não foi procurado por ninguém da diretoria e também não teve coragem de tomar a iniciativa. "É difícil para um jogador machucado chegar e falar alguma coisa", justificou. Mesmo assim, não esconde que está um pouco apreensivo e, por isso, deverá tomar uma atitude e reunir-se com o diretor de Futebol Américo Faria ainda nesta semana.
Ele não volta a jogar neste ano, porque não foi inscrito na Copa João Havelange nem na Mercosul. Já fez dois treinamentos com bola, mas admite ainda ter receio de defender um chute forte. "Esse medo é natural, porque estava parado há muito tempo."
Embora Sérgio, seu substituto, venha tendo boas atuações, o Palmeiras tem intenção de ficar com Marcos. Apesar de não comentar publicamente, alguns dirigentes temem que o Corinthians procure o jogador. O time de Parque São Jorge vai contratar um goleiro para disputar a posição com Maurício.
Marcos está fazendo um trabalho de fortalecimento na mão esquerda, operada por causa de uma tendinite. Sua rotina não é fácil. Faz musculação, natação e tenta manter a boa condição física. Mesmo assim, já engordou quatro quilos. A vantagem é que ganhou um bom tempo para descansar e ficar longe da pressão de atuar no gol do Palmeiras.
"Fiquei 50 dias sem fazer nada, porque estava com um pino na mão", contou. "Deu para descansar bastante e passar um tempão com minha família (em Oriente, interior de São Paulo)."
O atleta acredita que a diretoria do Palmeiras vai reforçar o elenco para o próximo ano. Afinal, o time disputará a Libertadores e o Mundial de Clubes da Fifa. Por isso, não esconde a vontade de permancecer no clube e, conseqüentemente, voltar a ter uma chance na seleção brasileira.
Guerra antecipada - O jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, quarta-feira, pela Copa Mercosul, promete, mais uma vez, ser marcado por um clima de muita rivalidade. No fim de semana, o técnico cruzeirense, Luiz Felipe Scolari, rebateu críticas de Paulo Turra, zagueiro palmeirense, que disse ter sido humilhado pelos jogadores adversários na partida da semana passada. "Quero dizer que ele não sabe nada do Palmeiras, porque chegou lá há pouco tempo e ainda nem se adaptou a São Paulo", disse. "Ele precisa parar de falar besteira e tem de deixar meus atletas em paz."