São Paulo - Excluídos pelo técnico Émerson Leão da convocação da seleção brasileira para o jogo contra a Colômbia, dia 15 de novembro, no Morumbi, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, Roberto Carlos e o ex-capitão da era Luxemburgo, Antônio Carlos, se mostraram decepcionados e surpresos por terem sido afastados.
Porém, evitaram criticar tanto as escolhas do novo treinador como o trabalho do coordenador técnico Antônio Lopes.
Roberto Carlos, que vem tendo excelentes atuações pelo Real Madrid, garantiu não acreditar numa suposta interferência de seu desafeto Romário –amigo pessoal de Lopes e cada vez com mais poder dentro do grupo– em relação à sua exclusão. Mas deixou nas entrelinhas um recado indireto ao atacante do Vasco. "Não seria correto se algum jogador opinasse nas convocações, a Seleção Brasileira tem de estar sempre acima de tudo."
O lateral disse ainda não ter nada contra Romário. "Não somos amigos, mas jogaria ao seu lado sem nenhum problema. Depois da Copa do Mundo já nos encontramos no amistoso comemorativo ao centenário do Barcelona, ano passado, na Espanha. Sou profissional e sempre que for chamado vou defender a Seleção."
Quanto à opção de Leão por Júnior e Silvinho, Roberto Carlos preferiu não polemizar. "Eles são dois excelentes jogadores. E se Leão os convocou é porque confia no trabalho de ambos. Só acho que também tenho todas as condições para estar no grupo. Mas ao mesmo tempo estou tranqüilo. Tudo tem o seu momento certo. Sei que se continuar mostrando um bom trabalho no Real Madrid terei uma nova chance."
Além de seleção brasileira, outros assuntos que vêm mexendo com a cabeça do lateral do Real são as instalações das CPIs do futebol, da Nike e a própria demissão de Wanderley Luxemburgo.
"Essas CPIs estão pegando muito mal para a imagem do futebol brasileiro aqui na Espanha. Tem muito deputado querendo aparecer e só espero que no fim das contas isso não prejudique a seleção brasileira de maneira alguma. Fiquei espantado com a ameaça do Joseph Blatter (presidente da Fifa) de excluir o Brasil da Copa do Mundo."
Sobre seu contrato com a Nike, Roberto Carlos diz que tudo foi feito na mais absoluta transparência. Ele chega, até, a desafiar os políticos. "Tem muita gente que se aproveita desta situação para fazer alarde. Podem procurar o que quiser que não encontrarão nada que incrimine nós (jogadores) ou a empresa."
Com relação às denúncias contra Luxemburgo, ele diz: "Fico triste com toda esta situação. O Wanderley poderia ter saído em situação melhor."
O lateral também ficou surpreso ao saber pela reportagem que o Corinthians deve ficar de fora do próximo Mundial da Fifa, que será disputado na Espanha, ano que vem. "É isso mesmo? Como é que o campeão fica de fora?"
Antônio Carlos, ex-capitão da seleção brasileira, que também ficou de fora da primeira lista de Leão, entende que deveria ter sido lembrado. "Sei do meu potencial e vou continuar trabalhando sério para voltar à Seleção. Respeito a opinião do Leão, mas se mantiver as mesmas atuações na Roma acho que mereço ser lembrado nas próximas convocações."