Santos - O volante Rincón chegou bem cedo ao Sítio Santa Filomena, em Jarinu, onde o Santos está treinando, e participou de um trabalho físico em separado do grupo, correndo em volta do campo. Para ele, o episódio sobre sua intenção de permanecer em Santos tratando do problema no púbis está superado. "Não entendo essa especulação em cima de uma coisa que é normal", disse o colombiano nesta quarta-feira, repetindo que, no CT Rei Pelé os equipamentos de fisioterapia são muito mais completos.
O volante não revelou se vai permanecer concentrado até sábado, quando os jogadores que não atuarão domingo em Curitiba serão liberados. "Vou conversar com o Parreira", limitou-se a dizer. Os dirigentes, por outro lado, informaram que o jogador ficará mesmo em Jarinu, procurando encerrar a crise iniciada na segunda-feira, quando Rincón não embarcou com a delegação e, reclamando de dores no púbis, pretendia ficar em Santos em tratamento, já que não atuará domingo por estar cumprindo suspensão automática.
O presidente Marcelo Teixeira não gostou nada e determinou que Rincón viajasse imediatamente, o que acabou ocorrendo só na terça. À tarde, porém, foi liberado pelo diretor de futebol, Paulo Ferreira, "para tratar de problemas particulares" na capital, assumindo o compromisso de se reapresentar hoje pela manhã, o que foi cumprido.
Já Edmundo, outro líder do grupo, está satisfeito com o trabalho que vem sendo realizado no retiro de Jarinu. "Tem sido muito positivo e acredito que está sendo essencial para os jogadores assimilarem o que Parreira está passando", comentou ele, sem uma queixa sequer sobre a semana rural que ele e todo o elenco santista está passando.
Privilégio - Quando o técnico Parreira assumiu na semana passada, informou que nenhum jogador teria privilégios no time, chamando a atenção para a responsabilidade que Rincón e Edmundo, como líderes do grupo, têm com os demais atletas. "Eles têm que trabalhar com seriedade e devem servir como exemplo". Isso deixava implícito que as constantes escapadas de Rincón seriam coibidas, mas já na segunda-feira houve o problema.
Com o novo recuo na terça-feira por parte dos dirigentes, os comentários de que o clube está em débito com o jogador voltaram a circular. Há informações - sempre desmentidas pelos diretores - de que o colombiano havia emprestado US$ 3 milhões ao Santos, razão de seu grande prestígio junto ao alto escalão.
Rincón enfrentou o técnico Giba e ganhou a briga, com a demissão do treinador, mas agora a diretoria está começando a cansar do comportamento do atleta, e não se descarta a hipótese dele deixar a Vila Belmiro no fim da Copa João Havelange.