São Paulo - Marquinhos será o "inimigo íntimo" do Palmeiras no clássico de domingo, pela Copa João Havelange, no Canindé. Jogo-chave para as pretensões de classificação de ambas equipes, o meia, que já vestiu a camisa palmeirense, enfrenta seu ex-clube pela primeira vez.
No Palmeiras, Marquinhos viveu o pior momento de sua carreira. Enquanto brincava com o roupeiro Chiquinho antes de um treino, acertou uma bolada no então diretor de futebol Sebastião Lapola, que achou ter sido de propósito. O dirigente ficou nervoso, ofendeu e afastou o jogador do resto do time. "Tentei pedir desculpas, mas ele não me ouviu. Meu castigo foi treinar por duas semanas sozinho", conta.
Sem clima para continuar no clube, foi negociado com o Juventude. Marquinhos ainda voltou para o Palmeiras e, quando seu contrato venceu, foi para o Bahia - no total, entre idas e vindas, o meia ficou dois anos no Parque Antártica. Afirma ter saído sem mágoas e ainda ter amigos por lá. Passou pelo Colo Colo, do Chile, antes de chegar à Lusa.
Aos 29 anos, Marquinhos ainda sonha em voltar para a seleção brasileira. "Estou trabalhando e uma hora a convocação vai chegar. Só depende de mim." Disciplinado, ele garante nunca ter brigado com treinadores. Hoje, deu a volta por cima e é imprescindível no esquema de Lula Pereira.
Marquinhos tenta esquecer o jogo contra o Cruzeiro, quando a equipe foi goleada por 5 a 1, e acredita que, no Canindé, a Lusa fica mais forte. "Treinamos lá, conhecemos o campo e isso nos ajudará a vencer", diz. "Temos de erguer a cabeça e não deixar um jogo atrapalhar nossos planos. Não podemos mais perder pontos por bobeira."
Marquinhos denomina o clássico com o Palmeiras como uma "decisão antecipada" e dá um alerta: "A vitória nos coloca de novo entre os classificados." Ele não faz um gol desde 27 de setembro, contra o Guarani. Mas isto não o incomoda. "Não marco, mas ajudo, correndo atrás do lateral adversário, o que mostra um espírito de grupo profissional."