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Eurico lidera bancada contrária a Teixeira
Quarta-feira, 01 Novembro de 2000, 20h22
Atualizada: Quinta-feira, 02 Novembro de 2000, 09h46

Brasília - Numa votação polêmica, na qual predominou a primeira queda-de-braço entre a "tropa de choque" da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos deputados que defendem a investigação do contrato da entidade com a empresa Nike, a CPI da Câmara aprovou hoje por 14 votos a favor e 9 contra, a quebra do sigilo bancário e fiscal pessoal do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o do proprietário da empresa Traffic, José Hawilla. Na CPI do Senado, foi decidida a quebra de sigilo bancário da empresa de material esportivo Rhummell, uma das devedoras da Previdência Social.

Estranhamente, coube ao deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), vice-presidente do Vasco, comandar o bloco de oposição à Teixeira, chegando a acusá-lo de má aplicação dos recursos do contrato com a Nike. Tanto é que os deputados decidiram quebrar o sigilo da CBF e da Traffic, empresa que intermediou o contrato de publicidade com a Nike. A comissão também requisitou ao Banco Central o resultado de investigações que possam ter sido feitas em torno da CBF, da Traffic e de seus presidentes.

A "tropa de choque" da CBF foi liderada pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que, alegando não haver elementos para a quebra do sigilo, tentou convencer os outros integrantes da CPI a votarem contra os requerimentos dos deputados Silvio Torres (PSDB-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP). Ciro Nogueira (PFL-PI), Luciano Bivar (PSL-PE) e o próprio Eurico Miranda chegaram a pedir a retirada da quebra de sigilo da pauta, sugerindo a espera dos depoimentos dos dois e a chegada de documentos que comprovassem a relação deles com a Nike.

No final, o próprio Eurico Miranda recuou, acompanhado de outros deputados, e atacou Teixeira: "Ele é o principal culpado pela crise que os clubes brasileiros atravessam" disse, acrescentando que a disposição de Teixeira em ir à CPI "é história de Boi-Tatá! " Teixeira foi convocado a depor. Por meio de sua assessoria, o presidente da CBF classificou a quebrar do seu sigilo bancário pessoal como uma decisão política: "Decisão de CPI não se discute, se cumpre." Conforme os assessores, ele está tranqüilo, porque sofreu três auditorias da Receita Federal e nada teria ficado comprovado contra ele. Havilla não foi encontrado. Na Traffic, a informação é de que o empresário viajou.

A CPI decidiu também convocar J. Hawilla e representantes da Nike, além da comissão técnica da seleção que esteve na França, no dia 21, e os jogadores Ronaldinho, Roberto Carlos e Edmundo -, no dia 23, além dos colunistas esportivos Tostão, Juca Kfouri, José Trajano e Flávio Prado, na terça-feira, e o ex-presidente da Fifa, João Havelange, e Pelé, no dia 9 e 14. A CPI deverá convocar ainda o ex-técnico da seleção Wanderley Luxemburgo e sua ex-secretária Renata Alves.

Saiba mais sobre as CPIs do Futebol

Agência Estado


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