São Paulo - O dono da empresa de marketing esportivo Traffic, J. Hawilla, considera "uma violência" a quebra do seu sigilo bancário pela CPI do Futebol do Senado. E promete vingança. Seus advogados estão definindo o que fazer contra políticos que invadiram sua vida pessoal.
"Sou um empresário honrado há 30 anos. Não há nada que viabilize essa violência contra mim. Não existe justificativa para essa atitude. Nem começaram os trabalhos e resolvem me tratar como bandido. Não que eu tenha nada a esconder, mas não concordo da maneira como tudo foi feito. Me expuseram e isso não vai ficar de graça", disse.
O empresário confirma que o seu lado pessoal foi tão afetado como o profissional. "Sou o dono de uma empresa respeitável. A Traffic também ficou com a imagem afetada com essa suspeita infundada de políticos querendo aparecer, buscando promoção e usando pessoas. Só que não vai ficar assim. Vou reagir contra essa violência."
A quebra de sigilo bancário de Ricardo Teixeira e J. Hawilla os surpreendeu. Havia a certeza de que as contas da CBF e da Traffic seriam investigadas. Só depois de comprovada alguma irregularidade, Teixeira e Hawilla seriam investigados. Mas a CPI seguiu caminho inverso.
"Esses políticos falam um monte de bobagens sobre o contrato da CBF com a Nike. Nem sequer se deram ao trabalho de lê-lo e já fazem acusações sem fundamento. Terão de provar o que estão falando", avisa Hawilla.
Teixeira tem adotado a estratégia de não dar entrevistas. No máximo, algumas pessoas próximas passam frases soltas do presidente da CBF a jornalistas. Pelo que se sabe, ele também ficou surpreso por ter o seu sigilo bancário quebrado, mas não vai recorrer ou protestar.
A Traffic detém o direito de transmissão das partidas da seleção brasileira. Assim como a Mercosul e o Mundial de Clubes. Há pouco tempo, a Hicks Muse comprou 49% das ações da empresa.
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