Campinas - Carlos Alberto Silva foi campeão brasileiro pelo Guarani em 1978 e dirigiu o time mais seis vezes. Nelsinho Baptista é amado pelos torcedores da Ponte desde que se chamava apenas Nelson e estreou em 1969 na lateral-direita. Fez um gol em seu primeiro derby.
"Nunca fui de fazer muitos gols e o fato de ter marcado um em meu primeiro derby ajudou a marcar minha carreira aqui na Ponte Preta, sem dúvida", diz Nelsinho.
Ligados emocionalmente aos dois times, estarão nesta quinta-feira no banco de reservas com orgulho de seu currículo. "Joguei dez vezes contra eles e só perdi uma vez, um gol do Barrinha, um pontinha que eles tinham", diz Carlos Alberto Silva, técnico do Bugre. "Como jogador, ganhei cinco e empatei três. Como técnico, dirigi uma vez só e perdi", afirma Nelsinho.
Carlos Alberto vai mais longe quando se fala em rivalidade. "Em homenagem àqueles torcedores que vibraram comigo quando fomos campeões brasileiros em 1978, nunca aceitaria trabalhar na Ponte Preta. Aliás, nunca não. Enquanto puder escolher e não estiver passando necessidades, não trabalho lá."
Nelsinho não aceita falar sobre o assunto. "Nem gosto de falar nisso. A rivalidade já é grande e não quero mais falar nisso."
Nelsinho exige sim que seu time entre em campo sentindo desde o início o clima do jogo. Por isso, fez questão de ficar em Campinas e de não se refugiar em alguma estância climática. "Treinamos em nosso campo, sentimos a apoio de nossa torcida. Num jogo desse não dá para entrar desligado em campo, esperando a animação chegar. Tem de entrar desde o primeiro minuto pensando na vitória, lutando por ela."
E como fazer com que o jogador que veio de longe, que ainda não conhece o que é um derby entre logo no clima do jogo? "Vou explicando a eles. Digo que esse jogo pode valer o céu ou o inferno na carreira de cada um", diz Carlos Alberto Silva. "Não precisa falar nada. A cidade já contou para eles. Pode ter certeza que já houve algum torcedor explicando que uma vitória contra o rival vale tanto quanto um título. Esse é realmente um jogo especial, como Palmeiras e Corinthians", diz Nelsinho, que já dirigiu os dois grandes.
O jogo é tão especial que Ponte e Guarani estrearão camisas novas. Serão patrocinados por empresas de Campinas apenas nessa partida. Especula-se em R$ 30 mil para cada um.