São Paulo - A ida de Marcelinho Carioca para o Cruzeiro depois da Copa João Havelange, que era dada como certa até a semana passada, em Belo Horizonte, pode não acontecer. Mesmo tendo um crédito por ter cedido Müller ao Corinthians, o Cruzeiro não tem nada assinado que garanta o pagamento do "favor" com um jogador do elenco corintiano -no caso, o atacante pretendido pelo técnico Luiz Felipe Scolni.
No caso específico de Marcelinho, além da resistência do próprio jogador em deixar o Corinthians, o atacante recuperou parte de seu prestígio no clube com a nomeação de Antônio Roque Citadini para o cargo de vice-presidente de Futebol. Citadini é um grande admirador de Marcelinho e aposta na recuperação do atacante em 2001.
"O Marcelinho pode até não ter feito uma boa temporada este ano, mas é um jogador que já deu muitas alegrias ao Corinthians", disse o novo homem forte do futebol corintiano. "Ele vai ficar no Corinthians e voltará a ser um referencial de nossas vitórias."
Ao novo vice-presidente de futebol corintiano não importa o fato de o Cruzeiro ter liberado Müller por seis meses para o Corinthians. Nem o fato de os dois clubes terem o mesmo parceiro, a Hicks Muse, obriga o Corinthians a se desfazer de um jogador como Marcelinho. "A nossa relação com a Hicks Muse é bilateral e não tem nada a ver com o Cruzeiro, clube que, aliás, merece todo o nosso respeito."
O próprio vice-presidente da PST (Panamerican Sports Team), José Roberto Guimarães, também acha difícil a transferência de Marcelinho para o Cruzeiro, ainda que por empréstimo. "O fato de o Cruzeiro ter emprestado o Müller ao Corinthians não obriga o Corinthians a ceder o Marcelinho ao Cruzeiro", garante o dirigente.
Segundo Zé Roberto, na época em que os dirigentes de Corinthians e Cruzeiro acertaram a vinda de Müller para o Parque São Jorge, ficou estabelecido que o Corinthians poderia emprestar algum de seus jogadores ao time mineiro, nas mesmas condições. "Mas não se estipulou quem e também não foi assinado nenhum documento", explicou Guimarães.
"Como será resolvida essa questão é uma atribuição das diretorias de Corinthians e Cruzeiro, que, aliás, têm total autonomia nas suas decisões."
O próprio Marcelinho também não parece animado com a hipótese de deixar o Corinthians. "Fiquei envaidecido com as palavras do Luiz Felipe, dizendo que gostaria de me ver jogando no Cruzeiro, mas acabei de renovar o meu contrato com o Corinthians por mais quatro anos e acho que o lógico seria permanecer aqui."
Quanto a Müller, o jogador chegou ao Parque São Jorge com a missão de salvar o Corinthians no segundo semestre, mas não correspondeu às expectativas da Diretoria. Se machucou demais e deve mesmo voltar ao Cruzeiro. Mas somente depois que o Corinthians encerrar a sua participação na Copa João Havelange, dia 19, contra o América-MG.
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