São Paulo - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, respondeu de maneira dura ao convite feito pelos senadores brasileiros para que participasse da CPI do Futebol, que investiga as transações financeiras dos clubes. Em comunicado oficial, o dirigente diz que respeita os políticos e o Governo brasileiro, mas mantém sua posição de não aceitar ações externas em assuntos do futebol.
Blatter, que em declarações anteriores ameaçou tirar o Brasil da Copa de 2002 se as investigações continuassem, também ressaltou seu respeito pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O dirigente diz que sua atitude não é nova – repete o procedimento adotado em casos similares envolvendo países como a Polônia, a Albânia e alguns países da África.
Boca fechada – O presidente da CPI do Futebol, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou que Blatter “perdeu uma grande oportunidade de ficar calado”. Para o político brasileiro, as declarações do presidente da Fifa mostram seu pouco conhecimento das leis brasileiras, as quais consideram a seleção brasileira um patrimônio cultural. A “interferência”, segundo o senador, não é apenas um direito, mas uma obrigação dos políticos.
CPI da Nike – O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da CPI da Nike, que investiga o contrato entre a empresa e a CBF, passou o dia de ontem analisando os documentos que recebeu das federações estaduais. Hoje, ele deverá definir quais documentos relativos à quebra de sigilo bancário da CBF, Traffic, Ricardo Teixeira e J. Havilla serão requisitados pela CPI.