Rio - Túlio e Dimba já vestiram a capa de super-herói alvinegro. Em 95, Maravilha fez história ao ser artilheiro e conquistar o Campeonato Brasileiro. Dois anos depois, Dimbalada, o ritmo do momento, deu o título estadual ao clube ao marcar um golaço sobre o Vasco. As coincidências prosseguiam no estilo falastrão e marqueteiro de cada um.
Sinais dos tempos: os artilheiros vivem hoje momentos opostos. Mesmo com a série de desfalques, Antônio Clemente desprezou o faro de gol de Túlio, que está, mais do que nunca, em baixa.
“Estou frustrado. Nada mais me surpreende no futebol. Já estava preparado para jogar ou não. Tudo é normal. Mas na hora certa, minha estrela vai brilhar”, afirma.
O atacante tenta disfarçar a tristeza com promessas de dar a volta por cima. “Mas isso não vai me desanimar. Nas adversidades é que o homem prova seu real valor”, garante.
Bem ao contrário de Túlio, Dimba está de bola cheia com o técnico Antônio Clemente. Depois de entrar e marcar o gol de empate contra o Sport e de mostrar senso de marcação na partida com o Grêmio, Dimba revela que uma conversa com o técnico foi o marco para a virada na temporada.
“Fui perguntar ao Clemente se ele me utilizaria. Ouvi que, se voltasse para marcar e lutasse em campo, teria chance. Tudo mudou”, disse.
Dimba diz que aprendeu a reconhecer o valor de um atacante na marcação e promete empenho do primeiro ao último minuto.
“Vou marcar, atacar, ajudar meus companheiros. Vamos nos superar”, falou o jogador, que vai atuar com uma proteção no quarto dedo da mão esquerda.
A versão Dimba 2000 é bem diferente de 97, quando chegou a comer grama após o gol do título. Amadurecido, o atacante garante estar pronto para encarar as trapaças da vida de jogador de futebol, pois conheceu o sucesso e o esquecimento num curto espaço de tempo.
“O Dimba é razão, não é mais emoção. Tudo me envolvia. Hoje sou mais consciente”, disse.