Rio - As 27 confederações olímpicas brasileiras terão até 31 de janeiro de 2001 para apresentar ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) dois projetos distintos para suas respectivas modalidades, um visando a preparação para as Olimpíadas de Atenas, em 2004, e outro para os Jogos de 2008, cuja sede será escolhida no próximo ano pelo Comitê Olímpico Internacional 2008, cuja sede será escolhida no próximo ano pelo (COI).

O prazo foi determinado na reunião realizada nesta terça-feira, na sede do COB, no Rio, que teve como objetivo dar início ao trabalho de desenvolvimento do esporte de alto nível no Brasil, paralelamente à política que o Ministério do Esporte e Turismo pretende implantar.

Das 27 confederações, apenas três não enviaram representante: Lutas, Futebol e Desportos Terrestres (pentatlo moderno). Na reunião, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, reiterou a necessidade de cada Confederação apresentar um planejamento amplo e detalhado. O projeto será analisado pelo Comitê e, posteriormente, encaminhado ao Ministério do Esporte e Turismo.

“Estamos empenhados em transformar o esporte no Brasil, mas para isso precisamos nos organizar, mensurar e apresentar propostas e programas bem estruturados, que traduzam as necessidades do esporte de alto nível”, afirmou Nuzman.

Uma das idéias do presidente do COB é que as Confederações formem equipes olímpicas permanentes. Os recursos financeiros destinados a cada uma delas estariam atrelados à evolução técnica dos atletas. “A Itália dispõe de US$ 650 milhões anuais e trabalha desta forma, disponibilizando os recursos de acordo com os resultados. Estou certo de que as equipes olímpicas permanentes são a melhor opção para preparar um atleta e promover a renovação das equipes”, acredita.

No planejamento a ser entregue ao COB, cada Confederação deverá sugerir um local que se constitua num centro de alto rendimento. “O ideal é termos pelo menos dois Centro Olímpicos de Excelência, nos mesmos moldes do Instituto Australiano de Esportes, porém isso não impede que cada modalidade tenha o seu pólo específico, o que pode criar um vínculo interessante com uma determinada cidade. Mas é preciso que tudo seja muito bem orçado e apresentado, desde viagens para períodos de treinamento e competição até a compra de material e importação de know-how, para que o Ministério possa lutar por verbas para o esporte”, explicou.

Nuzman também pediu aos presidentes das Confederações que se empenhem junto às Federações Internacionais de cada modalidade para que os critérios de classificação para os Jogos Olímpicos sejam definidos com clareza e antecedência.

“A expectativa que envolveu a ida do Armando Barcellos, do triatlo, aos Jogos Olímpicos de Sydney foi enorme, pois os critérios não estavam claros. O mesmo aconteceu com o tênis, mas graças a uma consulta da Confederação Brasileira pudemos enviar a dupla feminina a Sydney. Precisamos ser pró-ativos nessa e em outras ações”, disse.

José Otávio Germano, presidente interino da Secretaria Nacional de Esportes, órgão criado pelo Ministério do Esporte e Turismo para assumir as funções que eram do Indesp, também esteve na reunião. “Durante seis meses tentamos devolver credibilidade ao Indesp e não conseguimos, pois o órgão ainda estava vinculado aos problemas com bingos e sorteios. O esporte nada tem a ver com o jogo e apostas, por isso o Ministério do Esporte e Turismo optou por fazer uma nova configuração para o esporte brasileiro, implementando uma política de desenvolvimento para este setor”, explicou.

L!Sportpress