Brasília - Dois integrantes da CPI da Nike deverão viajar para Portugal, ainda neste fim de semana, para colherem informações sobre o uso de passaportes falsos por jogadores brasileiros transferidos para clubes europeus. Esses atletas apresentam passaportes portugueses ao desembarcarem na Europa para serem considerados cidadãos da União Européia e não entrarem na cota de jogadores estrangeiros que cada clube possui.
O presidente da CPI, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), revela que dois brasileiros já teriam sido presos em Portugal por causa do esquema dos documentos falsos. O parlamento português também está investigando o caso. Os nomes dos deputados escolhidos para a viagem poderão ser divulgados nesta quinta-feira. Um deles deverá ser Pedro Celso (PT-DF).
Rebelo e o relator da comissão, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), querem convocar para depor pessoas ligadas ao empresário Giuseppe Rubulotta, que estaria levando garotos brasileiros para jogar na Europa. Os dois depoentes que os deputados querem convocar são o presidente do Moto Clube do Maranhão, Jandir de Castro, e um ex-dirigente da mesma agremiação, Antônio José Cassas de Lima.
Inúmeras denúncias chegaram à CPI revelando a situação desses garotos transferidos para clubes com sede principalmente na Itália, Polônia, Bélgica, Suíça e Espanha. Rebelo conta que alguns dão certo e se transformam em jogadores profissionais. Outros chegam a ser despejados dos alojamentos, porque fracassam. Há informações de que meninos vão para a marginalidade ou prostituição infantil.
O deputado acusa o governo de omissão nesse caso dos meninos. E já pediu ao Ministério da Justiça que oriente a Polícia Federal a exigir informações quando aparecer um menor acompanhado por um estrangeiro que apresentar autorização dos pais para realizar a viagem.