Belo Horizonte - Se o desempenho da equipe do Atlético contra o Juventude mereceu críticas severas do técnico Nedo, um jogador em especial teve motivos de sobra para comemorar. O zagueiro argentino Capria, autor de dois gols de falta, sendo o segundo o que garantiu a vitória do Atlético por 3 a 2, saiu da partida idolatrado pela torcida e feliz com sua atuação. Modesto, o zagueiro recusa o rótulo de salvador da pátria, mas admite que sempre que tiver oportunidade vai tentar marcar os gols para ajudar a equipe.
Vindo de uma seqüência de sete jogos como titular do Atlético, nos quais marcou três gols, todos de falta, Capria recorda seu melhor período como artilheiro, ainda jogando pelo Chacaritas, seu ex-clube na Argentina. “Em 15 jogos, cheguei a marcar cinco gols, uma média boa para um jogador da minha posição", lembra o zagueiro. A novidade, no entanto, são os gols de falta, já que, segundo Capria, antes os gols saíam sempre de cabeça, escorando cruzamentos ou em cobranças de escanteios. “Já fiz alguns gols de falta na Argentina, mas a maioria foi de cabeça", afirma.
O zagueiro conta que durante os treinamentos não fica muito tempo cobrando faltas, para se aprimorar. Ele acredita que seu bom aproveitamento nesse fundamento é devido à facilidade com que chuta a bola, com força e efeito.
O jogador reconhece nas suas boas atuações a recompensa pela força de vontade e perseverança que teve durante os dez meses em que ficou se recuperando de uma fratura na perna, que aconteceu logo depois que chegou ao Atlético, no início do ano.
Capria garante que ainda está longe de sua plenitude técnica e física, mas vem se empenhando para dar o melhor de si ao Atlético. “O longo tempo parado quebrou o ritmo que eu vinha mantendo quando cheguei ao Atlético. Somente com o tempo é que vou entrar na melhor forma", avalia.
Para evitar que o time sofra pressão do Vitória, na próxima partida pela Copa João Havelange, na quinta-feira, Capria recomenda à equipe a mesma dedicação e seriedade demonstradas no primeiro tempo do jogo contra o Juventude. “Temos de saber segurar a bola e jogar com inteligência para não deixarmos o adversário dominar a partida e encontrar espaços para criar suas jogadas de ataque."