São Paulo - Muita coisa mudou na Seleção Brasileira, desde sua estréia nas Eliminatórias, dia 28 de março, em Bogotá, contra a Colômbia, até o primeiro jogo do returno, também contra a Colômbia, quarta-feira no Morumbi. A maior mudança foi a do treinador. Saiu Luxemburgo e entrou Leão. E Vampeta é o único elo a unir os dois técnicos. O único a estar presente nas listas de 18 nomes dos dois técnicos.
De março a novembro, muitas alterações na Seleção. E, apesar de apenas Aldair estar descartado, outros como Dida e Roberto Carlos perderam espaço.
Só restou Vampeta. Mas será o mesmo Vampeta? Em março, ele era o referencial de um Corinthians vencedor. Em julho, é um desprezado reserva na Inter de Milão, do técnico Marco Tardelli.
"Eu não mudei nada. Continuo o mesmo jogador, marcando forte e saindo para o jogo. O Tardelli é que ainda não me deu a camisa de titular", afirma, por telefone, Vampeta, de Milão.
É um Vampeta orgulhoso de ser o remanescente da Seleção. "O que posso falar é que me dá muita alegria ser lembrado para defender o meu país por dois técnicos de alto nível. Mostra que estou agradando. Lutei muito para chegar até aqui."
O volante refere-se à sua volta ao Brasil, depois de uma passagem pela Holanda. "Saí do Vitória com 20 anos e quando voltei para o Fluminense em 95 e para o Corinthians, em 97, não era muito conhecido. Precisei mostrar meu valor até chegar à Seleção." Vampeta é modesto ao analisar a lista do primeiro jogo das Eliminatórias. "O Luxemburgo não chamou o Rivaldo porque ele estava machucado. Agora foi chamado pelo Leão, dá para dizer que permaneceu na Seleção."
Muito respeito - Vampeta se recorda da primeira partida. "Acho que respeitamos muito a Colômbia. Depois que o jogo terminou empatado, eles ficaram muito felizes.
Ficamos falando de altitude e não aconteceu nada disso. Nesse jogo de agora, temos de tomar conta da partida desde o início, mostrar o nosso jogo. Vencer é importante para continuarmos bem na classificação e até para lutar pelo primeiro lugar."
O ideal de uma seleção, para Vampeta, seria jogar sempre do mesmo jeito, impondo seu estilo, em qualquer campo. "Seleção Brasileira tem essa obrigação, todo mundo pede isso. Seria o ideal, mas não sei se é possível.
Muitos times evoluíram e as diferenças diminuíram, não dá para negar. A Colômbia mesmo, nas Eliminatórias para 94, ganhou de 5 a 0 da Argentina lá em Buenos Aires. Não dá para brincar de jeito nenhum."