São Paulo - Os jogadores da Seleção Brasileira vão se apresentar na noite deste domingo, às 22 horas, ao técnico Emerson Leão, no hotel Transamérica, em São Paulo. O time brasileiro está escalado para jogar contra a Colômbia, quarta-feira, no Morumbi, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Pelo menos na cabeça de Leão. Mas só às 9h30 desta segunda-feira, quando reunir os jogadores no Pacaembu, o novo técnico vai realmente começar o seu trabalho como sucessor de Wanderley Luxemburgo e saberá se será possível escalar o time que tem no pensamento.
Por enquanto, ele evita falar se Romário vai ser titular - o mais provável - ou não, elogia Rogério Ceni por ter reconhecido suas falhas no jogo contra o Juventude, mas não antecipa se na seleção ele terá permissão para cobrar faltas, como no São Paulo, e não perdeu a esperança de poder ficar no banco de reservas.
O técnico também não revela suas idéias quanto à nova forma de jogar que seleção brasileira deve mostrar já no jogo de quarta-feira, dizendo apenas que vai optar pelo mais simples.
"Nós temos que pensar que, apesar de tudo o que foi dito de negativo até agora, a seleção brasileira está no segundo lugar na classificação das Eliminatórias. Embora a situação não seja a ideal, é nossa obrigação ousar e demonstrar confiança, afinal estaremos jogando no Morumbi, dentro da nossa casa. Temos que ser atrevidos. Não posso adiantar quase nada porque só segunda-feira cedo, vou tomar conhecimento dos possíveis problemas médicos. Minha esperança é de que todos estejam bem."
Com a experiência de ter participado de quatro Copas do Mundo, a prioridade de Leão é manter sempre um bom ambiente entre os jogadores na seleção. "Nesse primeiro contato com o grupo, quero conhecer todos mais de perto e passar aquilo que penso sobre o futebol e em relação à seleção. Não posso pretender mudar a cabeça de todos no primeiro dia. Vamos falar sobre a Colômbia. Recebi informações de algumas pessoas sobre o momento do nosso adversário e além disso vi alguns vídeos de jogos dos colombianos. Julgo-me bem informado sobre eles", disse.
Leão não esconde de ninguém que embora jamais tenha reivindicado a sua nomeação para ser o técnico da seleção, sempre esteve preparado e foi um dos profissionais mais capacitados para o cargo.
"A seleção sempre foi a minha casa. Sei da responsabilidade de estar assumindo o posto mais cobiçado e mais perigoso do futebol mundial. No Brasil é mais desgastante ser técnico da seleção do que presidente da República, porque todo mundo acredita que entende de futebol e você está sendo julgado e cobrado o tempo todo. Sei que terei que dar mais entrevistas, mas espero que as pessoas sejam compreensivas quando eu falar não. Acho que serei mais provocado e só peço que me seja dada a oportunidade para responder tranqüilamente tudo o que for dito. Até agora surgiram algumas críticas de pessoas que não merecem respostas."
Embora Rogério Ceni tenha caído de produção após ser convocado para a Seleção, o seu prestígio com Leão permanece inabalável. "Conheço Rogério o suficiente para entender o que aconteceu. Ele mesmo falou que falhou contra o Juventude e reconhecer o erro é muito importante.
Rogério tem crédito de sobra no São Paulo e comigo também. Agora, o que mais eu quero saber é se ele está recuperado da contusão." Terminado o jogo de sábado à tarde, na Vila Belmiro, Leão elegeu Edmundo, o lateral-esquerdo Léo e o meia Robert os destaques da vitória por 3 a 1 do Santos sobre o Sport do Recife, mas fez questão de esclarecer que estava falando como técnico do time pernambucano e que a avaliação não significava que os três podem ser chamados numa próxima convocação da seleção. "Mas as atuações deles somaram uns pontinhos", concluiu o técnico.