São Paulo - Deputado federal e vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda adora brigar publicamente. Nas reuniões do Clube dos 13, seus murros na mesa e gritos viraram marca registrada. Truculento, costuma se gabar que não tem medo de ninguém no Brasil. Sorri quando dizem que é o "ACM do futebol". Mas em Brasília encontrou um adversário muito mais poderoso: o verdadeiro ACM.
O presidente do Senado ficou muito irritado quando soube que Eurico Miranda havia desacatado o presidente da CPI, Álvaro Dias, insinuando que fosse homossexual. E mandou um aviso para que o deputado se comportasse ou seria punido.
"O deputado Eurico Miranda tem um jeito muito peculiar de se comportar, mas precisa respeitar o Senado. Eu não admito que ninguém tente ridicularizar os componentes do Senado. Ele foi avisado e já tenho certeza de que mudará de comportamento", dizia, sorrindo, "Toninho Malvadeza", apelido que recebeu pela dureza que reserva a seus adversários.
O deputado vascaíno disse publicamente que não iria pedir desculpas para ninguém e não queria falar mais do assunto. Só que o JT teve com exclusividade o acesso à carta que o Eurico Miranda pede desculpas ao Senado e especificamente a Antônio Carlos Magalhães. Ele se justifica a ACM dizendo que foi ofendido "primeiro" por Álvaro Dias, que o chamou de "marginália" em um jornal carioca. Eurico Miranda chegou até a mandar um recorte com cópia do jornal.
"Recebi a carta e já está tudo entendido. Mas não quero que, por hipótese alguma, a situação se repita. Os políticos precisam se levar a sério e serem responsáveis pelas suas declarações. Posso garantir que o deputado Eurico Miranda aprendeu", concluiu o presidente do Senado.