São Paulo - A boa campanha e os baixos investimentos do Palmeiras repercutiram nos altos escalões do governo federal, a ponto de o ministro da Saúde, José Serra, palmeirense convicto, ter afirmado, nesta sexta-feira, que a equipe atual assemelha-se aos medicamentos genéricos, que ele conseguiu implantar no mercado. "Acho que o Palmeiras se parece com os genéricos, é bom, barato e eficiente."
O ministro, no entanto, preferiu não mostrar muita empolgação em relação à continuidade deste projeto palmeirense. Serra costuma dar opiniões contundentes sobre o Palmeiras. Recentemente, envolveu-se em uma polêmica com o ex-técnico da equipe, Luiz Felipe Scolari, afirmando que o time estaria atuando muito defensivamente.
Para ele, é necessário que o clube monte uma equipe mais experiente em 2001, quando o Alviverde irá disputar a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes, da Fifa. "Esta política não pode ser permanente, para o próximo ano são necessários investimentos." Serra admitiu que, como torcedor, está surpreso com o estágio alcançado pela equipe. "Não esperava que o time fosse tão longe."
A política de investimentos do Palmeiras contrasta com a de outros grandes clubes, como Corinthians, Santos e Flamengo, que estão eliminados da Copa João Havelange e Copa Mercosul, após investirem altas cifras em contratações e pagarem salários milionários aos jogadores. A situação deste clubes, poderia assemelhar-se à denominação B.O (bom para "otário") que surgiu após um depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos, sobre alguns remédios que, muitas vezes, não têm a qualidade condizente com a marca, e quem sai prejudicado com isso é o consumidor. No futebol, não seria o torcedor?
O Corinthians, por exemplo, gastou em US$ 6,45 milhões em contratações e a folha de pagamento chega a US 1 milhão. Já o Flamengo investiu US$ 16,5 milhões em jogadores, enquanto os salários totalizam US$ 2 milhões por mês. Por outro lado, com uma folha de pagamentos que não ultrapasse R$ 700 mil mensais, o Palmeiras está nas semifinais da Mercosul e, chega à ultima rodada da João Havelange com chances de classificar-se para a segunda fase. Para garantir a sobrevivência na competição nacional, a equipe precisa de uma vitória sobre o Guarani, domingo, no Palestra Itália.
O meia Juninho, suspenso, será o desfalque da equipe. A ausência do jogador é a principal preocupação do técnico Marco Aurélio, já que Juninho vinha sendo o principal destaque da equipe. "No Palmeiras, não há um jogador com a mesma qualidade que possa substituí-lo, por isso deverá haver superação de que entrar."