Salvador - Há alguns anos, desde que Virgílio Elísio iniciou sua gestão à frente da Federação Bahiana de Futebol, a data para homologação do arbitral do campeonato estadual não provocava tanta agitação entre a cartolagem baiana.
Desde as primeiras horas da manhã de sexta-feira, os presidentes das dez equipes que vão disputar o Campeonato Baiano do próximo ano entabularam reuniões e acordos para obter um regulamento sobre a fórmula da competição.
Em campo, ou melhor, em pauta, duas opiniões divergentes sobre como deveria ser o regulamento do campeonato. De um lado, Bahia, Vitória e Fluminense, membros da Associação de Clubes do Futebol Nordestino, defendiam suas participações apenas na fase decisiva da competição. Do outro, o G-7, composto pelos clubes excluídos da Liga do Nordeste, reivindicavam a igualdade entre todos no certame estadual.
Os representantes das duas correntes sentaram à mesa, justificaram opiniões, cederam em alguns pontos e chegaram a um denominador comum. Bahia e Vitória ficarão de fora da primeira fase do Campeonato Baiano, que começa dia 20 ou 21 de janeiro e termina no dia 28 de abril. A partir dessa data, os dois clubes ingressarão na fase decisiva com mais seis equipes até o dia 10 de junho. Em compensação, o G-7 conseguiu eliminar o rebaixamento entre os integrantes da primeira divisão. Além disso, as equipes do interior receberão uma boa recompensa financeira. A cota de publicidade e transmissão televisiva para os times do interior vai dobrar, saltando de 2,5% para 5%.
A Federação Bahiana de Futebol foi quase uma refém de todo esse processo. Sua participação foi marcada basicamente pela presença de dois representantes, os vice-presidentes Sinval Vieira e Ednaldo Rodrigues, nas reuniões preliminares com os clubes. Ao contrário de anos anteriores, quando o presidente Virgílio Elísio preparava o pacote do campeonato e submetia à aprovação dos clubes, dessa vez o processo foi inverso.
O Campeonato Baiano de 2001 começou a ser definido pela manhã, num encontro realizado na sede administrativa do Bahia, no Suarez Trade, contando com as presenças dos presidentes das dez equipes e os dois representantes da FBF. A reunião serviu para definir os pontos polêmicos, como a compatibilidade entre os campeonatos regional e estadual.
O Fluminense não teve o mesmo privilégio que a dupla Ba-Vi. A equipe de Feira vai enfrentar a dupla jornada de disputar ambas as competições simultaneamente. Os dirigentes de Bahia e Vitória prometeram ajudar o time do interior, emprestando jogadores.
A reunião do conselho técnico, realizada à tarde na sala da presidência da FBF, demorou pouco mais de uma hora e serviu apenas para formalização das definições. Tanto que os presidentes de Vitória e Bahia mandaram o gerente de futebol rubro-negro, Joel Zanata, e o diretor administrativo tricolor Antônio Carlos Lage, como respectivos representantes.