São Paulo - Com 75 pontos de diferença para o líder, o russo Marat Safin, como confirmou a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) na Corrida dos Campeões divulgada nesta segunda, o tenista brasileiro Gustavo Kuerten terá uma missão das mais difíceis para terminar a temporada de 2000 na condição de número 1 do mundo, como é seu sonho.
Agora, Guga, número dois na corrida e três na Lista de Entrada, já não depende apenas de seus resultados, mas sim tem de torcer também por derrotas do tenista russo, Safin, campeão em Paris, no domingo.
A situação de Safin é cômoda. Com 784 pontos na Corrida dos Campeões, basta chegar à final do Masters Cup, o Mundial de Tênis, na próxima semana em Lisboa, para ser coroado o rei da temporada de 2000.
Neste caso, Guga pode até mesmo ser o campeão que, ainda assim, perderia a condição de número 1 para o tenista russo.
O Masters Cup de Lisboa tem um sitema próprio de pontuação, diferente de todos os outros torneios da ATP. Os oito jogadores classificados para a competição (Safin, Guga, Pete Sampras, Magnus Norman, Yevgeny Kafelnikov, Lleyton Hewitt, Alex Corretja e Andre Agassi) são divididos em dois grupos de quatro. Jogam todos contra todos (round robin), e os dois melhores de cada chave cruzam-se nas semifinais. Os vencedores decidem o título.
Cada vitória nesta fase de classificação vale 20 pontos, na semifinal são 40 pontos e na final 50. O campeão invicto acumula 150 pontos.
No Masters Cup é possível levar o título mesmo carregando uma derrota na fase de classificação. Isso aconteceu, por exemplo, no ano passado com Sampras, que perdeu para Agassi no round robin e, depois, voltou a enfrentar este mesmo adversário na final e saiu como vencedor.
Se Guga for campeão invicto chegará a um total de 859 pontos. Safin pode até perder um jogo na fase de classificação, mas se vencer nas semifinais já terá assegurado a liderança com 864 pontos. A maior esperança de Guga em concretizar o sonho de ser número 1 do mundo ao fim da temporada de 2000 seria encontrar-se com Marat Safin numa das semifinais de Lisboa.
Neste caso, o brasileiro poderia ser coroado o líder, desde que conquitasse o troféu. Se perder na final, não acumularia pontos suficientes.
Esta possibilidade de Guga cruzar com Safin só acontecerá na hipótese de o sorteio da próxima segunda-feira, em Lisboa, determinar que os dois tenistas estejam em grupos diferentes no round robin. Ainda assim, seria necessário que um jogador se colocasse em primeiro da chave e o outro em segundo da outra.
Muita coisa tem de acontecer, mas Guga não perde a esperança. Nesta segunda, já em Florianópolis, o tenista aproveitou para descansar e repetiu a frase dos últimos dias. "Enquanto tiver uma chance estarei lutando para terminar o ano como número 1." Guga está confiante. Treina em Florianópolis até quinta-feira, quando embarca para Lisboa. Este ano vem se revelando mais eficiente em quadras rápidas. Ganhou seu primeiro título em piso rápido, em Indianápolis, alcançou a final do Ericsson Cup, em Miami, e foi as semifinais de Cincinnati e Lyon.
"Do jeito como joguei este ano em quadras rápidas, acho que dá para ter boas expectativas", disse o tenista, enquanto o técnico Larri Passos lembrou que seu pupilo vem jogando em superfícies semelhantes desde junho, em Wimbledon, seguindo depois para Estados Unidos, Olimpíada, Ásia e Europa, sempre num piso rápido.