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Na hora da decisão, Grêmio conta com Itaqui
Terça-feira, 21 Novembro de 2000, 02h51

Porto Alegre - Pés atirados à frente, braços cruzados atrás da nuca, sorriso de dever cumprido e bate-papo com o presidente José Alberto Guerreiro à beira da piscina. Não bastasse o golaço de falta que ajudou a garantir a classificação contra o Santa Cruz, Itaqui ontem recebeu a notícia de que é titular absoluto do Grêmio na reta final da Copa João Havelange.

O vice médico Luiz Eurico Vallandro confirmou para as 9h30min de hoje, no Hospital Mãe de Deus, a cirurgia no púbis de Fábio Baiano. Assim, Baiano só voltará no ano que vem. E Itaqui, a solução barata e caseira no meio das estrelas, retorna ao time em definitivo justamente na hora decisiva.

Preferia que o Fábio pudesse nos ajudar, mas futebol é assim – disse Itaqui, quando soube de sua titularidade absoluta daqui para a frente.

Talvez não haja nenhum caso na história recente do futebol gaúcho de um jogador tão politicamente correto, ponderado nas declarações, disciplinado em todos os sentidos e, também, polêmico, centro de discussões apaixonadas como Jesus Cleiton Pereira da Silva. O “Itaqui”, claro, é uma referência à sua cidade natal, na Fronteira.

Este ano, por exemplo, Itaqui foi o pivô da queda do técnico Antônio Lopes. O diretor de futebol Milton Kuelle e o vice de futebol Antônio Vicente Martins brigaram com o hoje coordenador técnico da Seleção para vê-lo em campo. Além do fracasso na Copa do Brasil, o Grêmio ia mal no Gauchão. Depois de empatar em 4 a 4 com o Esportivo no Olímpico, Itaqui entrou no time para compactar um meio-campo, que se mostrava vulnerável demais. E o Grêmio desatou a ganhar.

A única derrota, justamente na final, para o Caxias, por 3 a 0, aconteceu quando Itaqui cumpria suspensão. Em 1998, ele foi um dos responsáveis por livrar o clube do rebaixamento iminente e se classificar à segunda fase do Brasileirão. Agora, Celso Roth, o seu criador – por suas mãos, o ex-lateral virou meia de ligação –, pretende lapidar o seu diamante. Quer transformá-lo em um jogador de destaque, quem sabe até de exceção.

”Já disse para ele chegar à frente, aparecer na área, chutar de longe, se soltar mais no ataque. Ele sabe, pode e deve fazer isso”, revela Roth.

Se Itaqui é certeza, Zinho é dúvida. A pancada recebida no Arruda deixou o tornozelo esquerdo, antes inchado devido a uma entorse, parecendo bola de futebol de salão. No recreativo, sábado, na Ilha do Retiro, Zinho só olhou o trabalho dos companheiros, com uma bolsa de gelo no local. A pancada que levou no domingo piorou tudo.

”Contra o Vasco, era um sacrifício suportável. Mas contra o Santa Cruz, especialmente depois da pancada, senti limitação de movimentos. E isso pode prejudicar o time. Estou em tratamento intensivo. Vamos ver”, explicou Zinho, sentado na piscina do hotel, ao lado de um Paulo Nunes todo besuntado de bronzeador.

Zero Hora


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