Belo Horizonte - Depois da má campanha na Copa João Havelange - foi o 20º colocado, entre os 25 times participantes -, o Atlético tem um motivo a mais para apostar todas as fichas em uma vitória hoje sobre o Palmeiras, às 21h40, em São Paulo, na primeira partida das semifinais da Copa Mercosul. Além de sair na frente na briga por uma vaga na final, o time mineiro estará bem próximo de garantir US$ 3 milhões (prêmio ao campeão) e aliviar os endividados cofres atleticanos.
A decisão por uma vaga na final (a outra ficará com Vasco ou River Plate) será em duas partidas. A segunda deverá ser realizada na terça-feira, dia 28, no Mineirão (o Palmeiras joga dia 30, pelas oitavas-de-final da Copa João Havelange, contra o São Paulo). Uma vantagem no placar neste primeiro confronto será fundamental para as pretensões da equipe de faturar o título sul-americano, que está em sua terceira edição - é a primeira vez que o Atlético participa.
O técnico Nedo Xavier tem problemas para escalar a equipe. O mais grave deles é uma principais estrelas do grupo. O treinador não esconde a preocupação com a indefinição quanto ao futuro do atacante Marques, cuja negociação com o Benfica, de Portugal, pode ser desfeita devido à reprovação do jogador nos exames médicos. “Vou conversar bastante com ele sobre isso. É uma situação muito chata, mas precisamos dele. O Marques não pode perder a motivação para um jogo importante como esse. Tenho certeza de que ele vai conseguir superar", acredita Nedo Xavier.
O técnico do Atlético tem ainda uma dúvida, de ordem técnica, para escalar o time. Ele faz mistério e só decide nos vestiários do Parque Antártica quem irá ocupar a vaga de Ronildo, que se recupera de cirurgia no joelho esquerdo. São três as opções: Léo Dias, Mancine e Michel, com maiores chances para o primeiro.
“Não costumo esconder o time, mas prefiro não revelar com antecedência para não dar chances ao Palmeiras ter tempo para trabalhar em cima da nossa escalação. Isso é necessário em uma partida como essa, pois os dois times se conhecem muito bem. E eles também estão fazendo isso", compara Nedo Xavier, referindo-se à indecisão do técnico palmeirense, Marco Aurélio, quanto à entrada de Basílio do ataque.
Na última partida entre as duas equipes, os paulistas levaram vantagem, vencendo por 3 a 2, em São Paulo. Na ocasião, Nedo Xavier trabalhava como auxiliar de Carlos Alberto Parreira e se lembra bem do adversário de hoje à noite. E dá a dica do que será necessário para se parar o Palmeiras, que começou a temporada desacreditado e hoje é um dos times mais regulares do país.
“Eles têm jogadores importantes como Juninho, Arce e Tuta. Precisamos de uma marcação forte, mas não desleal. É um jogo difícil de se prever mas, com certeza, será bastante truncado. Quem errar menos, vence", avalia o treinador, que já foi jogador do Palmeiras no final da década de 70, quando a equipe paulista era dirigida por Telê Santana.