Rio - A torcida do Grêmio decepcionou pelo número –cerca de 31 mil pessoas–, mas entusiasmou pela empolgação. Durante a partida, o estádio atordoou os jogadores da Ponte Preta cada vez que eles tocavam na bola. É que a direção distribuiu 30 mil apitos que provocaram um barulho ensurdecedor, só superado pela comemoração do gol de Ronaldinho, aos 25 minutos do segundo tempo.
Entusiasmados com a presença apenas regular de colorados no jogo com o Atlético-PR, na noite anterior, dirigentes gremistas chegaram a se entusiasmar com a possibilidade de ganhar o Gre-Nal das torcidas.
Só que o público presente ao Olímpico, embora empolgado e disposto a empurrar o time, ficou muito abaixo do esperado. Não foi nem de perto o inferno azul, projetado ao longo da semana pelo vice de futebol, Antônio Vicente Martins.
"Não sei o que aconteceu. Acho que o pessoal está mesmo sem dinheiro", afirmou o vice presidente de administração, Juarez Aiquel, que comanda em cada partida uma equipe de 60 diretores.
Também é sua atribuição coordenar a equipe de 60 seguranças que trabalham junto às bilheterias. O dirigente estava certo em sua análise. Ao elevar, embora num percentual muito pequeno, o preço das arquibancadas –de R$ 3 para R$ 5-, o Grêmio acabou fazendo com que também o torcedor mais modesto, que não tem em casa o sistema de televisão a cabo, fugisse do estádio. As chamadas acomodações populares, ao preço de R$ 5, abrigaram poucos gremistas, bem diferente do que havia ocorrido contra o Atlético-PR e o Vasco.
O presidente José Alberto Guerreiro utilizou a cabine 9, tendo nas mãos, durante todo o tempo, um terço na cor azul. Ao seu lado, também mantendo a rotina, o vice-presidente médico, Luiz Eurico Vallandro, e os assessores Luiz Arthur Mickelberg e Sérgio Ilha Moreira. Atento ao jogo, Guerreiro nem chega a perceber qualquer movimentação que ocorra.