Jogador do Santa Cruz não quer acordo com o Grêmio
Quinta-feira, 23 Novembro de 2000, 01h10
São Paulo - Ele quer o dinheiro e já não pensa em acordo com os dirigentes do Grêmio. No momento, sua maior preocupação é curtir o filho que nasceu esta semana no Recife. Aos 28 anos, Divanilson Gonçalves da Silva, mais conhecido como Dário, não esperava ver tamanha repercussão em relação ao processo que move na Justiça do Trabalho de Porto Alegre contra o clube gaúcho pelo não-pagamento das horas extras, dias que ficou recluso em concentração e fundo de garantia.
Tempos atrás, Divanilson, ou melhor, Dário, não entendia muito bem como poderia ir à Justiça contra o Grêmio. Perguntou aos companheiros, em conversas informais, e do atacante Paulo Nunes recebeu a orientação. "Paulo é meu amigo, conversávamos muito, eu, ele e o Beto, que hoje joga no São Paulo," relembra o jogador, que faz questão de frisar que tinha carteira assinada pelo clube de Porto Alegre.
A história do volante, que atualmente joga pelo Santa Cruz, do Recife, é igual a de milhares de garotos que nasceram sonhando em ser jogador de futebol. Natural de Campina Grande, ParaÃba, aos 14 anos já aprendia o ofÃcio na escola de futebol da cidade. Aos 19 anos já era destaque na comunidade e acabou sendo levado para o Sport do Recife . De lá, em 1997, foi para o Grêmio, onde atuou apenas um ano.
Nas andanças à procura de fama e fortuna, Dário acabou acertando a ida para o Santa Clara de Portugal. Ficou lá apenas três meses. "Não me adaptei e tinha que brigar pela vaga com outros sete estrangeiros (na Europa somente três estrangeiros podem jogar por um time). Resolvi vir embora."
Na volta, o sonho de continuar no universo da bola continuou, firme. E persistiu. No Santa Cruz, apesar de não marcar nenhum gol na Copa João Havelange (o time foi o lanterna da competição, na 25ª colocação), Dário ficou na sua terra, embora ganhando menos.
"Não fiz um bom contrato; lá em Portugal eu ganhava entre R$ 15 e R$ 18 mil, e no Santa Cruz passei a ganhar R$ 10 mil", afirma, sem demonstrar arrependimento. "O Grêmio queria fazer um acordo, mas eu não vou aceitar, não", acrescenta, como se estivesse prevendo a vitória nos tribunais. "Vou esperar a decisão da Justiça, e pronto."
O Estado de S.Paulo
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