Brasília - O presidente eleito do Vasco, Eurico Miranda, não explicou como o clube recebe os investimentos feitos pelo seu parceiro, o Bank of America, além do dinheiro fornecido pela Vasco da Gama Licenciamentos (VascoLic), administrada pelo banco.
Há uma diferença de cerca de R$ 30 milhões entre o que a VascoLic pagou ao clube, ao final do ano passado, e o que Eurico alega que o Vasco recebeu no mesmo período. O dirigente garantiu que não tem "nada a ver" com a VascoLic, que tem como principal acionista uma empresa em um paraíso fiscal.
No balanço de 1999 da empresa, está registrado que a VascoLic deu R$ 10,533 milhões ao clube, como remuneração. Eurico, por sua vez, afirma que, por contrato, o clube tem direito a uma cota mínima de U$S 20 milhões de reais, o correspondente a quase R$ 40 milhões.
A diferença de R$ 30 milhões é, segundo Eurico, paga por outros meio, os quais ele não especificou. "O Vasco recebe de várias formas do Bank of America", revelou. A VascoLic, no entanto, tem direito a quase todas as fontes de renda de um clube: direitos de transmissão televisiva, licenciamentos da marca, bilheteria e exploração publicitária das placas do clube.
Ao ser questionado sobre a investigação da PF, que averigua a possibilidade de sonegação fiscal e evasão de divisas - em cima da VascoLic -, o dirigente vascaíno fez questão de dissociar a imagem do clube da empresa. "Vai perguntar ao Fernando Gonçalves", afirmou, em referência ao principal executivo da empresa. Procurado pelo Estado, Gonçalves não estava no escritório e não retornou as ligações.
Diante da insistência no assunto, Eurico demonstrou irritação, afirmando que o "Vasco só interessa aos vascaínos". Repetiu o discurso do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para evitar uma investigação, alegando que o clube é um entidade privada. "Ninguém tem nada a ver com isso. Por que não vão investigar a Petrobrás?"