Rio - Sem que nenhum de seus representantes ainda tenha sido convocado para depor na CPI da Câmara, a Nike resolveu se pronunciar. Em nota oficial assinada pelo gerente de Comunicação Ingo Ostrowsky e divulgada nesta sexta-feira, a multinacional tentou esclarecer alguns pontos considerados polêmicos pelos parlamentares, como a não-interferência nas convocações, a cota mínima de amistosos por ano e escolha de adversários.
A Nike fez questão de enaltecer sua satisfação em ter como parceira "a melhor seleção do mundo". Os valores acertados com a CBF - aproximadamente US$ 400 milhões (US$ 800 milhões), dos quais US$ 160 milhões (US$ 320 milhões) em dinheiro e o restante em outros benefícios - são os maiores da história da empresa.
Ainda segundo a fornecedora de material esportivo, o contrato foi negociado de maneira aberta e ambas as partes sempre tiveram a oportunidade de discutir questões do contrato que poderiam ser consideradas injustas ou impraticáveis. A multinacional fez questão de
ressaltar que em nenhum momento ela interferiu na escolha de adversários.
Segundo a nota, a decisão sobre os oponentes da seleção brasileira cabe exclusivamente à CBF e ao técnico.
Outro ponto considerado polêmico do contrato é a suposta interferência na convocação da seleção brasileira, através da qual a Nike colocaria no time jogadores patrocinados por ela. Sobre isso, a fornecedora de material esportivo afirmou que a única exigência feita é de que haja sempre um mínimo de oito atletas "no nível da seleção principal", que ela mesmo define como "jogadores que já atuaram ou estão em condições de atuar pela seleção brasileira, sejam esses jogadores patrocinados pela Nike ou não".
A patrocinadora ressaltou que esta cláusula jamais foi discutida com membros da CBF ou da comissão técnica da seleção.