Brasília - O presidente da CPI da Nike, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), vai pedir a Ronaldo que autorize a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a liberar, para conhecimento da comissão, os exames médicos a que se submeteu no último dia da Copa da França.
A concordância do jogador, evitaria a CPI de aguardar pela resposta do médico da seleção, Lídio Toledo, que somente depois de ouvir o Conselho Regional de Medicina é que vai se pronunciar sobre o pedido feito pelos deputados.
Aldo Rebelo admitiu abrir uma exceção e limitar o acesso aos exames feitos pelo atacante em Paris aos dois integrantes da comissão que são médicos, deputados Rosinha (PT-PR) e José Rocha (PFL-BA).
No telefonema que fará a Ronaldo na segunda-feira, Rebelo vai mostrar a conveniência dele comparecer o quanto antes para depor na comissão. Para o deputado Rosinha, o que está em jogo agora é saber se o jogador sofreu ou não uma convulsão no dia do jogo. Se isso tiver mesmo ocorrido, Ronaldo, na sua avaliação não poderia entrar em campo em nenhuma hipótese.
"O próprio Lídio Toledo respondeu que não deixaria ninguém dirigir um automóvel, se tivesse tido esse tipo de problema", lembrou-se. "Entrar para jogar, seria enfrentar o mesmo risco".
As dúvidas sobre o que se passou realmente com Ronaldo naquele dia se intensificaram com as declarações contraditórias prestadas pelos depoentes à CPI. Zagallo disse que não sabe o que houve com o jogador.
Os médicos Lídio Toledo e Joaquim da Matta identificaram o problema como sendo algum tipo de "distúrbio emocional", enquanto que o jogador Edmundo descreveu o que viu no colega como um típico caso de convulsão.
Os deputados também estão intrigados com uma frase dita por Toledo ao final de seu depoimento. Ele declarou que seria difícil impedir Ronaldinho de jogar. "Era o melhor jogador do mundo", alegou o médico. "Se eu o impeço de jogar e o Brasil perde o jogo, nessa hora eu estaria morando no pólo norte". A comissão deve reconvocar Toledo para que ele volte a falar desse assunto.